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Palestina/Unesco

Palestina é aceita como membro pleno da Unesco

A conferência geral da Unesco aprovou nesta segunda-feira em Paris a admissão da Palestina como Estado membro de pleno direito da organização, com 107 votos a favor, 14 votos contra e 52 abstenções. A França e o Brasil votaram a favor. Estados Unidos, Alemanha e Canadá votaram contra. Em resposta à decisão, Washington já avisou que pretende cortar a ajuda financeira à instituição .

O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki (c), conversa com Ekmeleddin Ihsanoglu (e), secretário-geral da Cooperação Islâmica, e com o embaixador palestino na Unesco, Elias Sanbar (d), em Paris, nesta-segunda-feira.
O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki (c), conversa com Ekmeleddin Ihsanoglu (e), secretário-geral da Cooperação Islâmica, e com o embaixador palestino na Unesco, Elias Sanbar (d), em Paris, nesta-segunda-feira. REUTERS/Benoit Tessier
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A Unesco, agência da ONU encarregada da educação, da ciência e da cultura, se tornou hoje a primeira organização das Nações Unidas a acolher a Palestina. Antes da votação, o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, defendeu a candidatura dos palestinos. Para conceder o status de membro pleno, a Unesco precisava da aprovação de dois terços dos membros presentes e votantes. Os países que se abstêm não são considerados votantes. 

Depois de mais de 60 anos de conflito entre Israel e os palestinos, a votação de hoje representa um novo passo rumo ao reconhecimento internacional de um Estado palestino. O próximo desafio é a candidatura ao status de membro pleno da ONU, que foi solenemente entregue no dia 23 de setembro em Nova York pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e deve ser examinada no dia 11 de novembro pelo Conselho de Segurança. Os Estados Unidos já afirmaram que usarão seu poder de veto caso a candidatura seja aprovada.

Antes da votação de hoje, os americanos já haviam ameaçado congelar as contribuições financeiras à entidade, o que representaria um corte de US$ 70 milhões, ou seja 22% dos fundos da Unesco. Duas leis americanas do início dos anos 90 proíbem o financiamento de um agência especializada das Nações Unidas que aceite os palestinos como Estado membro de pleno direito, antes que se chegue a um acordo de paz com Israel. Já os israelensese qualificaram a votação de "uma tragédia para a Unesco" e também devem cortar sua contribuição financeira à organização. Com isso, a Unesco deve perder no total 25% do seu orçamento.

O pedido de adesão como membro pleno da Autoridade Palestina à Unesco, onde os palestinos já tinham um status de observador, recebeu 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções. Doze Estados não participaram da votação. A França, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China aprovaram a adesão da Palestina, enquanto os Estados Unidos, o Canadá e a Alemanha votaram contra. A votação acabou sob aplausos.

Para o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki, a adesão dos palestinos à Unesco é "um momento histórico que devolve à Palestina alguns de seus direitos". "A Palestina é o berço das religiões e das civilizações", disse Riyad al-Malki diante da conferência geral que reúne os Estados membros da entidade. "Agora que ela é membro da Unesco, ela fará todo o possível para que a Unesco possa realizar sua missão", acrescentou ele.

 
 

 

 

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