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Oriente Médio

Líder da Al Qaeda no Iêmen morre em ataque aéreo da CIA

Autoridades iemenitas e americanas anunciaram nesta sexta-feira que Anwar al Aulaqi, imã radical e chefe das operações da Al Qaeda na Península Arábica, foi morto no Iêmen por um avião não tripulado da CIA. Ele era considerado por Washington uma ameaça tão grande quanto Osama Bin Laden. Aulaqi havia sobrevivido a um ataque aéreo americano no Iêmen no início de maio, poucos dias após a eliminação de Bin Laden no Paquistão.

Anwar al Aulaqi, imã radical nascido nos Estados Unidos, realiza uma conferência sobre religião nesta imagem tirada de um vídeo divulgado pelo site intelwire.com.
Anwar al Aulaqi, imã radical nascido nos Estados Unidos, realiza uma conferência sobre religião nesta imagem tirada de um vídeo divulgado pelo site intelwire.com. REUTERS
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"O líder terrorista da Al Qaeda, Anwar al Aulaqi, foi morto junto com outros membros da sua organização", anunciou hoje o porta-voz do ministério da Defesa iemenita. Um pouco mais tarde, autoridades americanas confirmaram a morte e precisaram que Aulaqi tinha sido atingido por um avião não tripulado da CIA, a agência de inteligência americana.

Iemenita nascido nos Estados Unidos, Aulaqi era procurado vivo ou morto pelo governo de Barack Obama. Aos 40 anos, ele era um dos propagandistas anglófonos mais inspirados da rede terrorista Al Qaeda. Vários terroristas que participaram dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos frequentaram as mesquitas americanas onde ele pregava.

O governo americano suspeitava Aulaqi de ter ligações com o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, autor de uma tentativa de atentado em um avião americano no dia 25 de dezembro de 2009. Ele também era conhecido por ter mantido uma correspondência com o comandante americano Nidal Hassan, o suposto autor de um tiroteio que fez 13 mortos na base de Fort Hood, no Texas, em novembro de 2009. 

Anwar al Aulaqi morreu em um ataque aéreo americano nesta manhã na província de Al Djaouf, perto da fronteira com a Arábia Saudita. O Ministério da Defesa iemenita afirmou que um americano de origem paquistanesa, Samir Khan, um especialista em informática da Al Qaeda, foi uma das vítimas do ataque. Outros dois supostos membros da rede terrorista também morreram no ataque.

Colocado por Washington na lista de alvos a eliminar, o imã já tinha sido visado, segundo as autoridades do Iêmen, por um ataque da aviação iemenita no dia 24 de dezembro de 2009 na província de Chabwa, que fez 34 mortos.

Reações

O presidente americano Barack Obama disse que a morte de Anwar al Aulaqi é "um golpe muito duro ao braço mais ativo da Al Qaeda" e assegurou que os Estados Unidos continuam determinados a destruir as redes terroristas.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, afirmou  que se trata de um "novo golpe significativo à Al Qaeda".

A morte de Aulaqi constitui "um golpe para a Al Qaeda na península arábica", comentou o centro americano de vigilância dos islamistas radicais IntelCenter, enfatizando que isso terá um impacto na capacidade de recrutamento e de financiamento da organização no Iêmen.

Esse episódio também pode ser útil para reforçar o regime iemenita, que tenta há meses reafirmar seu status de parceiro dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda, em um momento em que o presidente Ali Abdallah Saleh, contestado por parte da população desde janeiro, não parece disposto a renunciar ao poder.

 

 

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