Índia prende ativista e mais de mil manifestantes anticorrupção

A polícia indiana prendeu nesta terça-feira o ativista, Anna Hazare, de 74 anos, líder do movimento anticorrupção no país. Ele foi detido em Nova Délhi antes de iniciar uma greve de fome, proibida pela polícia, para exigir uma legislação mais severa contra a corrupção na Índia. A detenção provocou protestos e centenas de manifestantes também foram presos.

Anna Hazare foi detido nesta terça-feira, 16/08/2011, em Nova Délhi. REUTERS/Adnan Abidi

Anna Hazare foi preso de manhã em seu apartamento em Nova Délhi sob as vaias de uma multidão de manifestantes anticorrupção que estavam no local para apoiar a greve de fome do ativista. Ele esta detido provisoriamente pelo menos até a noite desta terça-feira. A greve tinha sido proibida pela polícia na véspera que alegou a falta de segurança do parque onde ela seria realizada. O ministro do Interior da Índia indicou que entre 1.200 a 1.300 manifestantes, que não respeitaram as ordens da polícia, também foram detidos.

Nos últimos meses e inspirados em Mahatma Gandhi, os ativistas indianos utilizam o método da “greve de fome até a morte” para pressionar os políticos. O grande interesse popular e da mídia no movimento surpreendeu o governo que tenta agora sufocar cada iniciativa. Mas, segundo seus partidários, Anna Hazare iniciou sua greve de fome na cadeia.

O ativista anticorrupção, que parece fisicamente com Gandhi, já tinha sido destaque em abril de 2011, quando fez uma greve de fome de 98 horas. Na época, ele conseguiu convencer o governo a aceitar a participação da sociedade civil na elaboração de um projeto endurecendo a legislação contra a corrupção no país. Mas Anna Hazare não aprova o texto final, que está sendo discutido no parlamento indiano, e decidiu retomar o movimento. O projeto de lei é criticado pela oposição e militantes anticorrupção principalmente porque concede imunidade, em casos de corrupção, ao primeiro-ministro e autoridades do Judiciário.