Aumenta pressão ocidental sobre a Síria depois de invasão a Latakia
O presidente Barack Obama exigiu neste sábado que o regime sírio coloque imediatamente um fim na violência contra a população. Ele conversou pelo telefone sobre o assunto com o rei Abdallah, da Árabia Saudita, segundo a Casa Branca. O exército sírio ocupou a cidade litorânea de Latakia neste sábado e abriu fogo contra a população.
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A pressão ocidental sobre o presidente sírio Bachar Al Assad está aumentando, mas como a ofensiva na Líbia está se prolongando além do esperado, a ideia de uma intervenção militar estaria praticamente descartada pelas potências ocidentais. Soma-se a isso o posicionamente estratégico da Síria no Oriente Médio, e a possibilidade de exacerbação das tensões com os vizinhos, principalmente o Líbano e Israel.
Além disso, a China e a Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão bloqueando a adoção de uma resolução que autorize algum tipo de ação internacional conjunta. A pedido da França e do Conselho Europeu, na quinta-feira, o Conselho voltará a se reunir para discutir o assunto e a questão dos direitos humanos. O Baas, partido de Assad, e sua família, controlam a Síria desde 1963.
Nesta quinta-feira, a secretária de estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu que os parceiros comerciais da Síria rompam as relações com o regime. Trata-se de países que compram gás e petróleo sírios, vendem armas para Al Assad e o apoiam politicamente e economicamente. "O presidente Assad perdeu toda sua legitimidade", declarou. Neste sábado, três pessoas morreram e pelo menos quinze ficaram feridas nos confrontos entre as tropas do regime de Bachar Al Assad e os opositores, que continuam nas ruas apesar da repressão.
A ofensiva das forças sírias é uma resposta às manifestações massivas contra o regime que ocorreram nesta sexta-feira nas principais cidades do país, deixando 20 mortos. Segundo um comunicado do OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos), 24 tanques e caminhões que transportavam soldados foram vistos no bairro de Ram al-Jounobi, que teve a eletricidade e o acesso à Internet bloqueados.
Uma intensa troca de tiros também foi ouvida no fim da tarde no bairro de Slaibe, onde mais de 70 pessoas foram presas. Segundo a OSDH, diversas crianças foram para a cadeia, e os policiais bateram nas mulheres que tentaram impedir a prisão dos filhos. De acordo com a organização, centenas de habitantes fugiram da cidade pela manhã, temendo uma operação militar.
As forças sírias também invadiram a cidade de Jussieyeh, na fronteira com o Líbano, na região de Homs. De acordo com um militante, a população fugiu para cidades vizinhas e tentou atravessar a fronteira para o Líbano. Segundo ele, a cidade de Qousseir também foi invadida, onde crianças e mulheres foram presas. A Síria barrou a entrada de jornalistas, e as informações disponíveis para a imprensa vêm de ativistas e organizações de direitos humanos.
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