Irã, Paquistão e Afeganistão anunciam cooperação antiterrorista
Reunidos em Teerã, os líderes dos três países anunciaram que vão trabalhar em conjunto no combate ao terrorismo, a fim de proteger suas populações, e afastar o risco de novas intervenções estrangeiras na região.
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A cúpula de líderes, realizada neste sábado, em Teerã, contou com a presença do iraniano Mahmud Ahmadinejad, do afegão Hamid Karzai e do paquistanês Asef Ali Zardari. A declaração final, assinada pelos três presidentes, afirma que eles vão unir forças para eliminar o extremismo, o militarismo e o terrorismo, rechaçando a presença de forças estrangeiras na região.
O encontro aconteceu à margem de uma conferência internacional sobre terrorismo na capital iraniana, que contou com a participação de representantes de 60 países, entre eles o polêmico presidente do Sudão, Omar al Bashir, visado por um mandado de prisão internacional, o iraquiano Jabal Talabani e o tailandês Emomali Rahmon.
Irã, Paquistão e Afeganistão, com fronteiras em comum, enfrentam uma onda de atentados terroristas que fazem um grande número de vítimas civis. Na perspectiva da retirada das tropas americanas e da OTAN do Afeganistão, até 2014, os governantes tentam assumir as rédeas da segurança regional.
O presidente paquistanês lembrou que o terrorismo extremista matou 35 mil civis em seu país nos últimos anos, o que requer uma mobilização internacional. Os três países anunciaram que seus ministros das Relações Exteriores, do Interior e da Economia vão se reunir periodicamente nos próximos meses para preparar uma nova reunião de cúpula dedicada à segurança regional, a se realizar até o final do ano, em Islamabad.
Esse pacto de boas intenções esbarra em conflitos de influência na região. Teerã acusa com frequência os serviços de segurança de Israel, dos Estados Unidos e do Paquistão de apoiar grupos terroristas sunitas em uma província iraniana na fronteira com o Paquistão. Por outro lado, Israel e os Estados Unidos acusam o Irã de patrocinar o regime sírio e o Hezbollah no Líbano.
O presidente iraniano aproveitou a conferência para voltar à carga contra Washington, dizendo que o governo americano apoia redes terroristas na região. Já o líder religioso iraniano Alí Khamenei afirmou que existe um caráter diabólico na ação das potências dominantes, que "utilizam o terrorismo como pretexto para justificar sua presença militar na região".
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