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Imprensa/ Líbia

Jornalista brasileiro preso na Líbia deixa Trípoli

O jornalista brasileiro Andrei Netto, correspondente de O Estado de S.Paulo em Paris e colaborador da Rádio França Internacional, embarcou na manhã de hoje no aeroporto de Trípoli (capital líbia) rumo a Dubai, nos Emirados Árabes, onde vai pegar um segundo voo, na madrugada, para a capital francesa.

Jornalista Andrei Netto, de "O Estado de S.Paulo".
Jornalista Andrei Netto, de "O Estado de S.Paulo". Reuters
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Netto foi preso pelo regime de Muammar Kadadi enquanto realizava a cobertura dos confrontos no oeste da Líbia para o jornal brasileiro. Ele permaneceu oito dias encarcerado em uma unidade militar de Sabratha e foi libertado ontem.

A libertação só foi possível depois da intervenção diplomática do Itamaraty e da embaixada da Líbia no Brasil. O jornalista passou todo o período sem poder contatar ninguém e sem acesso à luz do dia, embora afirme ter sido alimentado diariamente e não ter sofrido violências durante o cárcere. No momento da prisão, no entanto, o repórter foi atingido por uma coronhada na cabeça.

Netto passou a noite na residência oficial do embaixador do Brasil na Líbia, George Ney de Souza, de quem estava sob custódia desde que foi libertado. A comunicação na embaixada está prejudicada há vários dias, mas o jornalista conseguiu entrar em contato com a família.

O embaixador acompanhou o repórter do "Estadão" até o aeroporto. Nas negociações com as autoridades líbias, a condição para que Netto fosse libertado era que ele deixasse o território líbio.

A prisão de Netto foi confirmada pela direção de O Estado de S.Paulo na quarta-feira. O jornal havia recebido indicações de que o jornalista tinha sido detido por tropas do governo perto da cidade de Zawiya, a 50 quilômetros da capital.

O jornalista, de 34 anos, havia sido enviado para cobrir os conflitos na Líbia há 17 dias. Mas, ao contrário dos demais jornalistas que entraram no país pela fronteira egípcia e que avançavam no território à medida em que os rebeldes contra o regime conquistavam novas cidades, o brasileiro entrou na Líbia clandestinamente pela fronteira com a Tunísia.

“Nós entramos no país com a ajuda de passadores tunisianos e rebeldes. Evitamos grandes estradas e buscando meios alternativos de locomoção. Circular entre as cidades exige extremo cuidado de nossa parte, pois não contamos com o apoio do governo”, disse ele à RFI pouco antes de ser capturado, no dia 2. 

Para realizar suas reportagens, Andrei contou com o apoio dos insurgentes, que o ajudaram a se aproximar da capital. O brasileiro era um dos poucos jornalistas ocidentais trabalhando na região oeste da Líbia.
 

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