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Terrorismo/ EUA

Estudo combate clichês para a identificação de terroristas

A Câmara dos Representantes americana promove amanhã um debate sobre a radicalização da comunidade muçulmana, tema que já está causando polêmica. Um relatório divulgado hoje alerta a opinião pública sobre os clichês em torno dos terroristas islâmicos.

Estereótipos de muçulmanos radicais são questionados por estudo.
Estereótipos de muçulmanos radicais são questionados por estudo. Reuters
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O Brennan Center for Justice, reconhecido instituto de pesquisas da New York University, publicou nesta quarta-feira o estudo "Repensar a radicalização", a fim de alertar para o risco de conclusões simplistas a respeito do perfil dos terroristas. Logo na introdução, Faiza Patel, especialista em liberdades individuais dos muçulmanos nos Estados Unidos e coordenadora do estudo, afirma que uma visão limitada sobre as razões que levam as pessoas a se tornarem terroristas, ganhou uma legitimidade injustificada nos meios anti-terroristas americanos.

A especialista critica o FBI e a polícia de Nova York, que acham que basta identificar sinais externos como a barba típica dos muçulmanos salafistas ou o envolvimento em atividades comunitárias para identificar um terrorista potencial. Segundo o relatório, essa teoria do FBI e da polícia de Nova York faz sucesso nos corredores do Congresso americano. O problema, diz o estudo, é que esta visão é estereotipada e equivocada.

Para exemplificar a força dos estereótipos, um representante da revista Washington Monthly assistiu a uma aula de formação da polícia para o reconhecimento de terroristas, na Flórida.

"Quando você cruzar com um muçulmano que usa um lenço na cabeça, de qualquer cor, a mensagem, em geral, é « eu quero ser um mártir”, ensinou o policial. Mas as pesquisas de Patel indicam que “não existe perfil físico que virará terrorista”, já que “a prática do Islã não conduz, em si, ao terrorismo”.

Há um risco de que o sentimento de que os policiais desconfiam injustamente dos muçulmanos tenha um impacto negativo na vontade de certos membros das comunidade muçulmanas de cooperar com a polícia, especialmente o FBI, e de avisar assim que eles tenham uma suspeita ou uma preocupação”, explicou a pesquisadora.

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