Barak troca trabalhistas por nova legenda para ficar no governo
A maioria dos israelenses, 82%, não tem dúvida: o ministro da Defesa Ehud Barak trocou o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, por uma nova legenda a fim de preservar seu cargo no governo de direita do premiê Benjamin Netanyahu, segundo revela uma pesquisa publicada hoje na imprensa local.
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Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Tel Aviv
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a saída de Ehud Barak do Partido Trabalhista fortalece a coalizão governamental. Segundo Netanyahu, seu governo passa a ser mais estável depois que Barak e quatro de seus aliados anunciaram a saída da enfraquecida legenda para formar um novo partido político. O novo grupo, denominado Haatzmaut, independência em hebraico, já faz parte do atual governo.
Apesar de ter surpreendido importantes membros do Partido Trabalhista, a imprensa israelense divulgou que a iniciativa de Barak teria sido articulada com o premiê. Especialistas avaliam que essa decisão apenas antecipou o inevitável, que seria a saída do ministro da Defesa da presidência do tradicional Partido Trabalhista.
Barak justificou a dissidência do partido que ele dirigia desde 2007 com o que chamou de "sua reviravolta à esquerda". Três ministros da legenda trabalhista deixaram o governo logo após o anúncio de Barak: Itzhak Hertzog, Avishay Braverman e Biniamin Ben Eliezer e outros ainda devem deixar a bancada, que possuia, até então, 13 dos 120 assentos do parlamento. Analistas israelenses acreditam, no entanto, que Netanyahu manterá a maioria no parlamento.
Apesar de ter ficado mais enxuto, o Partido Trabalhista tem a ocasião de afinar sua linha política. Muitos trabalhistas seguiam insatisfeitos com a permanência da legenda de centro-esquerda em um governo de direita que não negocia a paz com a Autoridade Palestina.
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