China impede que advogado do prêmio Nobel da Paz saia do país
Na China, autoridades impediram hoje a saída do país de Mo Shaoping, advogado próximo do prêmio Nobel da Paz, o dissidente chinês Liu Xiaobo. Shaoping ia pegar um avião com destino a Londres para assistir a uma conferência internacional de advogados, mas foi impedido pela polícia no controle de imigração do aeroporto de Pequim.
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Segundo o advogado, os policiais explicaram que ele poderia cometer um 'ato contra o interesse nacional' se partisse. Shaoping afirma que as autoridades chinesas querem impedir que ele viaje até Oslo, capital da Noruega, onde acontecerá a entrega oficial do Prêmio Nobel da Paz deste ano. Liu Xiaobo não poderá recebê-lo pessoalmente, pois está preso na China desde dezembro de 2009.
Condenado a onze anos de prisão por "subversão ao poder do Estado", Liu Xiaobo, ex-professor de literatura de 54 anos, foi premiado no mês passado, o que irritou o governo chinês. A China havia aletado o comitê norueguês do Nobel contra a nomeação de seu dissidente. O regime de Pequim considerou o gesto um sinal de "inimizade".
Há cerca de 1 mês, o governo chinês já havia detido a mulher de Xiaobo, que permanece em prisão domiciliar. A detenção de Liu Xia havia sido anunciada pela ong de defesa dos direitos humanos Homme Freedom Now. Liu Xia foi detida pelas autoridades chinesas depois de visitar o marido por cerca de uma hora na prisão para contar que ele havia recebido o Nobel da Paz.
A polícia chinesa impôs um forte cordão de segurança em torno do edifício onde mora Liu Xia, em Pequim, impedindo jornalistas de ter acesso ao local. Policiais uniformizados e à paisana controlavam a identidade de todas as pessoas que tentavam entrar no prédio.
O Nobel da Paz dedicou o prêmio às vítimas da praça de Tiananmen, movimento organizado por estudantes em 1989 e violentamente reprimido pelo governo chinês.
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