Ahmadinejad chega à China e critica apoio do país às sanções
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, chegou nesta quinta-feira à tarde a Pequim, para uma visita oficial ao pavilhão do Irã na Exposição de Xangai. Um outro assunto delicado deve dominar as discussões com as autoridades chinesas: as sanções votadas contra os iranianos nesta quarta-feira à noite no Conselho de Segurança da ONU.
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A China, tradicional aliado do Irã, importa do país cerca de 12% do petróleo consumido em seu território e exporta a maior parte dos produtos manufaturados consumidos pelos iranianos. Por conta das parcerias comerciais, os chineses, no início, estavam reticentes à adoção de medidas restritivas contra o Irã, mas acabaram votando a favor da adoção da resolução 1929 nesta quarta-feira. O documento prevê, entre outras sanções, o embargo de armas, inspeção em alto-mar e a fiscalização de operações financeiras realizadas por bancos iranianos no exterior.
O Irã criticou abertamente a decisão chinesa, e classificou a política externa da China de "dúbia." O chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, disse à agência oficial Irna ter ficado surpreso com o fato de os chineses terem aceitado a dominação dos Estados Unidos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Quin Gang, tentou apaziguar os ânimos nesta quinta-feira, dizendo que a "China atribui uma grande importância às relações com o Irã, e estima que elas favorecem a paz regional, a estabilidade e o desenvolvimento." Os chineses também são favoráveis à manutenção do diálogo com os iranianos e devem tentar convencer os iranianos a continuar a negociação com a comunidade internacional.
Já a relação diplomática com a Rússia é mais problemática, e sem precedentes na história dos dois países, dizem analistas. Um dia depois da adoção das sanções, os russos anunciaram nesta quinta-feira que vão cancelar a venda de mísseis S300 ao Irã.
A Turquia, que votou contra as sanções, tentou amenizar sua posição. O primeiro- ministro, Recep Tayyp Erdogan, declarou nesta quinta-feira que o paí não "rompeu com o Ocidente, e quem diz isso faz propaganda enganosa."
Em relação ao Brasil, que votou contra as sanções, a questão agora é como administrar os acordos comerciais com o Irã. Em entrevista à imprensa brasileira, funcionários da Casa Branca disseram que os Estados Unidos iriam desencorajar os brasileiros a vender etanol para suprir as necessidades iranianas de combustível. A sugestão foi dada pelo ministro do esenvolvimento, Miguel Jorge, na última visita a Teerã com um grupo de empresários brasileiros.
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