Conselho de Segurança da ONU vota novas sanções contra o Irã
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, nesta quarta-feira, projeto de resolução que prevê novas sanções contra o governo iraniano e seu controverso programa nuclear. Dos 15 membros do Conselho, 12 votaram a favor, o Líbano se absteve e somente Brasil e Turquia, que não têm direito a veto, rejeitaram o texto.
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A resolução contém uma lista com 40 organizações e bancos iranianos, além do nome de uma pessoa física, que devem ter congelados seus ativos no exterior por suspeitas de ligação em atividades nucleares iranianas. Prevê, também, que o Irã não poderá investir em atividades consideradas “sensíveis”, como a exploração de minas de urânio, e autoriza a inspeção dos navios iranianos em alto mar.
O texto proíbe, ainda, a venda ao Irã de 8 tipos de armamentos pesados, principalmente, tanques de guerra. Caso aprovada, a resolução será a quarta rodada de sanções impostas pela ONU ao governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. A resolução 1929, redigida pelos Estados Unidos, é a quarta rodada de sanções impostas pelo Conselho de ONU à Teerã.
Os Estados Unidos, que não ficaram satisfeitos com o acordo firmado recentemente entre o Irã, o Brasil e a Turquia, vinham pressionando pela aprovação do texto, que também teve o apoio dos outros 4 membros permanentes do Conselho de Segurança com direito a veto, ou seja, Grã-Bretanha, China, Rússia e França.
Brasil
A embaixadora do Brasil junto à ONU, Maria Luiza Viotti, marcou a rejeição do Brasil em discurso durante a reunião do Conselho. Segundo ela, as sanções não são um instrumento eficaz e podem contribuir, ainda mais, para aumentar o sofrimento do povo iraniano.
A embaixadora afirmou que outras experiências similares junto à ONU, como é o caso do Iraque, mostraram que "a espiral de sanções, ameaças e isolamento" podem ter consequências trágicas. Viotti reforçou que o Brasil prefere a via do diálogo e voltou a defender o acordo assinado com o Irã e a Turquia no último dia 17 de maio.
Reações
O Irã reagiu imediatamente ao voto, considerando a decisão "um passo equivocado." O representante iraniano junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltanieh, prometeu que seu país vai continuar a enriquecer urânio, apesar das sanções.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, já havia afrimado, em visita à Turquia nesta terça-feira, que não iria voltar a negociar seu programa nuclear com a comunidade internacional caso a ONU decidisse impôr novas sanções ao país. Ahmadinejad disse, ainda, que o acordo assinado com os governos turco e brasileiro para troca de urânio é uma oportunidade que não vai se apresentar novamente.
Apesar da nova resolução, a França afirmou que a "via do diálogo" permanece aberta com o Irã.
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