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Moçambique

Guterres pede apoio internacional para Moçambique

O secretário-geral da ONU visita Moçambique esta quinta e sexta-feira para avaliar os esforços de recuperação do país afectado, este ano, por dois ciclones. António Guterres vai reunir-se com o Presidente Filipe Nyusi e conversar com sobreviventes e governadores das regiões fustigadas pelo ciclone Idai.

António Guterres, Secretário-Geral da ONU, e o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi. Maputo, 11 de Julho de 2019.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU, e o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi. Maputo, 11 de Julho de 2019. ANTONIO SILVA / LUSA
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reuniu-se, esta quinta-feira, com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em Maputo. No final do encontro, António Guterres renovou o seu apelo de mais solidariedade internacional para com Moçambique na canalização de apoios para a reconstrucção pós-ciclones Idai e Kenneth.

O secretário-geral da ONU realçou que Moçambique é dos países menos poluidores no mundo e quase em nada contribui para o aquecimento global, ainda que esteja na primeira linha das vítimas das alterações climáticas.

"Moçambique praticamente não contribui para o aquecimento global, mas está na primeira linha das vítimas do aquecimento global. Isso dá-lhe o direito de exigir da comunidade internacional uma forte solidariedade e um forte apoio", afirmou, em conferência de imprensa.

Por sua vez, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, agradeceu o empenho do secretário-geral das Nações Unidas na resposta aos ciclones Idai e Kenneth.

Durante o encontro, ambos falaram, também, na situação politica, económica e de segurança em Cabo Delgado.

Oiça aqui a reportagem do nosso correspondente Orfeu Lisboa.

01:30

Reportagem de Orfeu Lisboa

 

António Guterres também vai estar com os sobreviventes do Idai

 Ainda na agenda da visita a Moçambique, António Guterres encontra-se, esta quinta-feira, com funcionários da ONU e participa numa interacção do Projeto de Protecção de Crianças com Albinismo.

Esta sexta-feira, Guterres viaja até à Beira, no centro do país, para visitar as áreas afectadas pelo ciclone Idai, devendo encontrar-se com o governador da província de Sofala, Alberto Mondlane, com a equipa de ajuda humanitária das Nações Unidas e com o presidente do Conselho Municipal da cidade da Beira, Daviz Simango. Depois, o secretário-geral da ONU vai visitar a escola 25 de Junho, o centro de reassentamento de Mandruzi e as instalações da UNICEF e do Programa Mundial Alimentar.

O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, destacou que a visita de Guterres tem como objectivo "tomar contacto com esta realidade crítica por que passámos".

Em Março, o ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique e provocou 604 vítimas mortais, afectando cerca de 1,8 milhões de pessoas. Em Abril, outro ciclone, o Keneth, fustigou o norte do país e matou 45 pessoas, afectando outras 250 mil.

No final de Maio, o país acolheu uma conferência de doadores para angariar os 3,2 mil milhões de dólares necessários para a reconstrucção, mas os representantes internacionais só prometeram 1,2 mil milhões de dólares.

Nessa altura, Guterres disse que “este é o momento de traduzir em gestos concretos a solidariedade com um país afectado por uma das piores catástrofes relacionadas com o clima na história de África”. Para ele, o desastre “também adverte sobre a urgência de combater das Alterações Climáticas." Hoje, Guterres pediu celeridade na concretização desses apoios.

Esta quinta-feira, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, informou que os parceiros internacionais vão começar a desembolsar os fundos para a reconstrucção em Agosto. De acordo com a agência Lusa, o ministro lembrou que o orçamento total para a reconstrucção foi estimado em 3,2 mil milhões de dólares, pelo que o Governo está a envidar esforços para a mobilização do défice resultante dos compromissos assumidos na conferência de doadores.

António Guterres visita Moçambique depois de ter participado, em Nairobi, no Quénia, numa conferência regional de alto nível sobre contra-terrorismo e prevenção do extremismo.

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