Amnistia Internacional pede libertação de jornalista
A Amnistia Internacional insta as autoridades moçambicanas para libertar ou acusar de um crime legal o jornalista Amade Abubacar.
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O jornalista moçambicano da rádio comunitária Nacedje e colaborador do portal Zitamar News, Amade Abubacar, foi detido a 5 de Janeiro na vila de Macomia, em Cabo Delgado, norte do país. A Amnistia Internacional lançou uma petição para libertar o jornalista.
“Amade Abubacar é um jornalista respeitado que estava a recolher testemunhos sobre pessoas que fugiam dos mortíferos ataques em Cabo Delgado quando foi capturado pela polícia. Esta é a mais recente demonstração de desprezo pela liberdade de expressão e de informação por parte das autoridades moçambicanas, que vêem os jornalistas como uma ameaça e os tratam como criminosos,” declarou Tigere Chagutah, Director Adjunto da Amnistia Internacional para a África Austral.
Para além de Amade Abubacar, o jornalista Germano Adriano, também da Rádio e Televisão Comunitária de Macomia, foi detido no dia 18 Fevereiro, acusado também de violação do segredo de Estado e instigação pública a um crime.
"Amade está a definhar na prisão simplesmente por fazer o seu trabalho de jornalista, expondo o sofrimento infligido a civis por ataques mortíferos em Cabo Delgado", refere o comunicado da Amnistia Internacional, citando Deprose Muchena, director regional da Amnistia Internacional para a África Austral.
A detenção de Amade Abubaca "é muito estranha desde o início", aponta director da publicação Carta de Moçambique, Marcelo Mosse.
O jornalista está doente há várias semanas e pede para ser consultado por um médico, mas "isso não está a acontecer. As autoridades não estão a permitir que vá ao médico".
Marcelo Mosse lembra que a detenção de Amade Abubacar acontece por este ser "o principal jornalista que expunha sem reservas e sem receios toda a chacina que acontece em Cabo Delgado", lembra Marcelo Mosse.
"Ele é que expunha e, com base nas suas redes locais, tinha informação privilegiada sobre os ataques da insurgência. Expunha isso para o mundo e fez com que fosse detido. Hoje temos cada vez menos relatos sobre o que se passa em Cabo Delgado", descreve Marcelo Mosse.
Marcelo Mosse, director da publicação Carta de Moçambique
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