Novos ataques em Moçambique
As autoridades moçambicanas acusaram, esta sexta-feira, a Renamo de ter atacado várias infra-estruturas do distrito de Morrumbala, na província da Zambézia. Esta sexta-feira foi registado outro ataque em Manica contra viaturas transportando jornalistas da rádio e televisão pública. O presidente da República confirmou os dois ataques.
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O administrador de Morrumbala, Pedro Sapanche, acusou hoje homens armados da Renamo de terem atacado, de madrugada, o centro de saúde, a secretaria distrital e o comando da Polícia do distrito de Morrumbala, na província da Zambézia. De acordo com o jornal Notícias Online, Pedro Sapanche acrescentou que os atacantes incendiaram uma viatura da polícia e libertaram um prisioneiro que se encontrava nas celas da corporação.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, confirmou os ataques de hoje a jornalistas, em Manica, à margem da sua deslocação a esta província central, e em Morrumbala. Sem citar a Renamo, a quem as autoridades têm atribuído os ataques, o chefe de Estado alegou que os autores são conhecidos.
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Entretanto, em resposta à carta enviada pela Renamo, o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, reiterou que as forças governamentais vão manter o cerco à Serra da Gorongosa onde estaria escondido o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama. A mesma garantia tinha sido avançada na quinta-feira pelo chefe da delegação governamental no diálogo político com a Renamo, Jacinto Veloso.
José Manteigas, chefe da Delegação da Renamo no diálogo político, negou, na quinta-feira, que tivesse havido resposta oficial e condicionou o fim das hostilidades à resposta: “Estamos à espera da resposta do Presidente da República a este documento.”
Oiça aqui a crónica de Ilauda Manala, em serviço especial para a RFI.
Crónica de Ilauda Manala
Autoridades têm vindo a acusar a Renamo de vários ataques nas últimas semanas
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de vários ataques a postos policiais, instalações civis, centros de saúde e comboios da mineira brasileira Vale nas últimas semanas. Por sua vez, a Renamo acusa as forças do governo de bombardearem a serra da Gorongosa, onde alegadamente está o líder da oposição, Afonso Dhlakama.
As negociações de paz foram retomadas esta segunda-feira, após uma interrupção a 27 de Julho. Na agenda do diálogo político há quatro pontos: a exigência da Renamo de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014; a cessação imediata dos confrontos; a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação, e o desarmamento do braço armado da Renamo assim como a sua reintegração na vida civil.
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