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Moçambique

Moçambique: Armando Guebuza tem que ser ouvido pela justiça

Em Moçambique a PGR afirma que há ilícitos criminais nas dívidas ocultas do país e vai indicar peritos nacionais e internacionais para a investigação em curso, como sugerido pelo FMI.

Antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza
Antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza Reuters/Grant Lee Neuenburg
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Taíbo Mucobora, Procurador Geral Adjunto da República de Moçambique, admitiu esta quinta-feira (14/07) indiciar membros do governo de Armando Guebuza por ilícito criminal, no caso dos cerca de 2 mil milhões de dólares de dívidas ocultas, contraídas entre 2013 e 2014, durante o mandato de Armando Guebuza e que a PGR vai indicar peritos nacionais e internacionais para a investigação, como sugeriu o FMI, o que inicialmente foi negado pelo governo.

Este o primeiro resultado da comissão de investigação criada pela PGR, sabendo-se que e segundo a imprensa moçambicana, esta teria ouvido o então ministro das finanças Manuel Chang, mas não o antigo presidente Armando Guebuza.

08:56

Baltazar Fael - Centro de Integridade Pública de Moçambique

Baltazar Fael investigador no seio do Centro de Integridade Pública - CIP - afirma que "Manuel Chang não pode ser o único bode expiatório nesta questão...o que a PGR está a fazer eu deixo ainda o benefício da dúvida, porque o processo ainda está em investigaçao e ainda há a possibilidade de Armando Emílio Guebuza vir a ser indiciado contração da dívida".

Tanto mais que segundo uma investigação conjunta dos jornais moçambicanos Canalmoz e @Verdade o seu filho Mussumbuluko Guebuza foi quem geriu grande parte desses empréstimos, através de duas empresas domiciliadas em Hong Kong e no Liechenstein, somas que foram utilizadas para a compra de armas a um fabricante  israelita, armas que teriam chegado a Moçambique pouco antes das eleições gerais de 2014.

Baltazar Fael destaca ainda que em Moçambique "não há condições para o exercício do cargo de PGR...dificilmente este (neste caso Beatriz Buchili, nomeada por Armando Guebuza) vai agir contra figuras do executivo, o que é importante é que haja uma reforma do sistema judiciário, uma reforma constitucional profunda, no sentido de atribuir garantias a este orgão importantíssimo na investigação criminal que é a PGR".

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