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Moçambique / Beira

Dom Jaime Gonçalves faleceu hoje na Beira

O Arcebispo emérito da Beira, Dom Jaime Gonçalves, faleceu esta madrugada numa clínica privada daquela cidade. Além da sua dimensão religiosa, Dom Jaime Gonçalves marcou a História de Moçambique por ter sido um dos mediadores do Acordo Geral de Paz, em 1992, que pôs termo ao conflito armado de 16 anos, entre o Governo e a Renamo. O Presidente da República, Filipe Nyusi, já lhe prestou homenagem , solidarizando-se com a sua família e prometendo “dinamizar o seu desejo de ver o seu povo a viver em paz”.

DR
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Dom Jaime Gonçalves nasceu no Povoado de Barrada, Localidade de Nova Sofala, Distrito do Buzi, Província de Sofala, a 26 de Novembro de 1938. Os seus pais levam-no a fazer estudos primários, e mais tarde ingressou no Seminário de Zóbue, em Tete. Depois do curso do seminário menor, frequentou os Seminários Maiores de Namaacha e Malhangalene, em Maputo, onde estudou Filosofia e Teologia.
 

Dom Jaime Gonçalves foi bispo diocesano desde Dezembro de 1976 até Junho de 1984, quando foi elevado a Arcebispo. A 14 de Janeiro de 2012 tornou-se Arcebispo emérito da Beira.

Este importante dirigente da Igreja Católica em Moçambique adquiriu uma grande notoriedade a nível da vida política moçambicana, a partir do momento em que se tornou o principal mediador do conflito armado entre o  Governo da Frelimo, e a Renamo, principal partido da oposição.

O conflito durou 16 anos e terminou com a assinatura do Acordo Geral de Paz, a 4 de Outubro de 1992, em Roma.

Outro aspecto importante da vida e obra de Dom Jaime Pedro Gonçalves foi a sua luta pelos direitos das  mulheres e das crianças, materializado num livro, “A paz dos moçambicanos".

Em 2012, Dom Jaime Pedro Gonçalves foi galardoado com o Prémio de Fé e Liberdade pela Universidade Católica Portuguesa. Condecorado pelo Estado moçambicano, em 2014, juntou-se a Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama num evento da Universidade Católica, em Setembro de 2015, na Beira, acusando os políticos de ameaçarem a paz com seu "orgulho e medo" e de promoverem uma democracia de ódio.

O funeral de Dom Jaime Pedro Gonçalves está marcado para próximo Sábado, num cemitério ainda por divulgar, segundo informaram fontes da Arquidiocese da Beira.
 

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