COP21: Acordo de Paris motiva leituras diversas
A adopção na noite passada em Paris de um acordo vinculativo mundial contendo o aquecimento do planeta provoca reacções diversas junto da sociedade civil. A ong moçambicana Justiça ambiental declara-se insatisfeita com um acordo que julga pouco ambicioso e vinculante. Já a organização portuguesa Quercus aplaude a ambição do documento.
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O Acordo de Paris obtido na noite passada no âmbito da COP21 foi saudado por todo o planeta como um passo histórico permitindo conter o aquecimento climático abaixo dos dois graus centígrados.
Um documento que prevê uma avaliação das emissões de gases de efeito de estufa de 5 em 5 anos e um fundo de 100 mil milhões de dólares em prol do acesso às energias renováveis para os países em vias de desenvolvimento.
Garantias que no entanto não convenceram Samuel Mondlane, da organização não-governamental moçambicana "Justiça ambiental"alegando que o Acordo não é nem justo, nem ambicioso nem vinculativo.
Samuel Mondlane, ong moçambicana Justiça ambiental
Por seu lado Boaventura Monjane, activista moçambicano, alega ser necessário alterar o sistema por que por ora as alternativas propostas, caso do programa REDD (de desmatamento e degradação florestal), seriam uma falsa boa ideia, perpetuando uma lógica colonial e imperialista nas relações Norte-Sul.
Boaventura Monjane "Há que mudar o sistema !"
Este activista, presente na COP21 de Paris, emitiu ainda reservas quanto à capacidade técnica da delegação moçambicana estar à altura dos desafios da COP21.
Boaventura Monjane "A equipa de Moçambique tem limitações para discutir alterações climáticas"
Por seu lado o facto de o Acordo de Paris colocar a fasquia do aquecimento da temperatura do planeta muito abaixo dos dois graus centígrados, aproximando-se dos 1,5 graus centígrados é uma conquista do protocolo realçado por Ana Rita Antunes, coordenadora do grupo energia e alterações climáticas da ong ambientalista portuguesa Quercus.
Ana Rita Antunes, ong ambientalista portuguesa Quercus
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