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Moçambique

Profissionais de saúde em Moçambique iniciam greve de 25 dias

Maputo – Uma greve de 25 dias foi iniciada esta quinta-feira, 1 de Junho, por um terço dos enfermeiros e outros profissionais de saúde moçambicanos, em protesto contra a falta de material de trabalho e baixos salários, informou Anselmo Muchave, o presidente da Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (Apsusm) à agência de notícias Lusa.

Pacientes mal-atendidos em hospitais de Moçambique.
Pacientes mal-atendidos em hospitais de Moçambique. UNICEFDR
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"Há uma grande adesão", declarou Anselmo Muchave, referindo que aproximadamente18 mil profissionais, cerca de um terço dos 54 mil do Serviço Nacional de Saúde (SNS), suspenderam suas actividades.

Durante uma visita à cidade da Beira, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, afirmou ter "informações de todo o país" que indicam "algumas ausências", admitindo a falta de "alguns profissionais de saúde", mas ressaltou que "de forma geral, o trabalho nas unidades de saúde está a decorrer".

O governante fez um apelo para que o sector não aderisse à greve, a fim de evitar prejuízos aos serviços de saúde.

00:13

Armindo Tiago, registo da agência Lusa, 2/6/2023

O presidente da APSUSM, pediu "desculpas à população moçambicana" pela delicada situação causada pelo protesto, mas considerou a paralisação justificada.

Em declaração à agência Lusa, enfermeiros e técnicos administrativos afirmaram que não estão a trabalhar em observância à greve e ao apelo da Apsusm.

“Os doentes estão a voltar para casa, porque não há atendimento”, declarou à Lusa uma técnica administrativa, empregada num dos maiores hospitais de Maputo.

Novo vaga de greves

Além de contestar a Nova Tabela Salarial Única (TSU), o porte voz da associação dos Profissionais de Saúde sublinhou uma falta de material, entre os quais “luvas e soro”.

00:09

Anselmo Muchave, registo da agência Lusa, 2/6/2023

A Apsusm é constituída por mais de 10 mil enfermeiros, técnicos de laboratório e de saúde, auxiliares e motoristas do Serviço Nacional de Saúde. Porém, o Ministério da Saúde recusa o diálogo argumentando que a associação não é legalmente reconhecida porque ainda não tem os seus estatutos publicados no Boletim da Républica.

Não é a primeira mobilização de uma organização de saúde. De facto, em Moçambique, no final do ano passado, a Associação Médica de Moçambique (AMM) tinha efectuado uma greve de 19 dias em protesto contra a implementação da Nova Tabela Salarial Única (TSU).

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