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#Moçambique/Cabo Delgado

Moçambique : Presidente promete reforçar segurança na bacia do Rovuma

Em Moçambique, o Presidente da República prometeu reforçar a segurança na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, afectada pelo terrorismo. Filipe Nyusi explicou que a medida visa permitir que os projectos de exploração de gás decorram sem sobressaltos.

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, na cerimónia de inauguração da plataforma flutuante Coral Sul que produz gás natural liquefeito ao largo da costa de Cabo Delgado, Moçambique, 23 de Novembro de 2022.
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, na cerimónia de inauguração da plataforma flutuante Coral Sul que produz gás natural liquefeito ao largo da costa de Cabo Delgado, Moçambique, 23 de Novembro de 2022. © LUSA - Luís Fonseca
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A decisão do reforço militar foi anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na cidade de Pemba, após inaugurar a plataforma flutuante Coral Sul FLNG, na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, onde o terrorismo tem estado a comprometer grandes investimentos.

"Formámos um cordão defensivo com a elevação da capacidade das nossas forças de defesa e segurança e com apoio das forças amigas do Ruanda e da SADC nas zonas adjacentes ao distrito de Palma. Neste momento, e de forma progressiva, a situação retorna à normalidade", afirmou o chefe de Estado.

Filipe Nyusi avançou, ainda, com as perspectivas do país nos próximos anos: "Em 2050, Moçambique poderá ser o maior produtor e exportador de LNG acima de países na fase de maturidade. Neste sentido, o nosso posicionamento depende do reinício de construção dos módulos em terra para a área 1 e prossecução dos trabalhos da área 4 em terra."

A produção e exportação do gás natural liquefeito começou este mês, com o primeiro carregamento extraído da Área 4 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, pelo consórcio liderado pela petrolífera italiana ENI.

A inauguração oficial da plataforma Coral Sul ocorreu esta quarta-feira, na presença de Filipe Nyusi que visitou a infra-estrutura que desde o início do ano ficou estacionada a 40 quilómetros da costa moçambicana e que há 10 dias começou a exportar gás liquefeito.

Na inauguração, o director de operações de Recursos Naturais da Eni, Guido Brusco, admitiu poder vir a ser lançada uma segunda plataforma de produção de gás liquefeito ao largo de Moçambique.

"Existem oportunidades para aumentar a oferta no curto prazo, incluindo a possibilidade de replicar o sucesso do projecto Coral Sul com um novo desenvolvimento de FLNG (‘Floating Liquified Natural Gas’)", afirmou, acrescentando que há a possibilidade de "desenvolvimentos onshore" que têm sido adiados devido à violência armada na província de Cabo Delgado.

A plataforma Coral Sul, operada pela petrolífera italiana Eni em nome do consórcio da Área 4 de Moçambique, vai produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano para a BP (que comprou a produção por 20 anos). O primeiro navio cargueiro de exportação foi carregado com GNL moçambicano em 13 de Novembro.

Há outros dois projectos de maior dimensão aprovados para a bacia do Rovuma, liderados pela TotalEnergies (Área 1) e Exxon/Eni (Área 4). Estes projectos implicam fábricas de liquefacção em terra, na península de Afungi, pelo que aguardam por decisões das petrolíferas para a construção avançar, face à insegurança na região.

A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma "joint venture" em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, participações de 10%.

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