Moçambique : Presidente promete reforçar segurança na bacia do Rovuma
Em Moçambique, o Presidente da República prometeu reforçar a segurança na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, afectada pelo terrorismo. Filipe Nyusi explicou que a medida visa permitir que os projectos de exploração de gás decorram sem sobressaltos.
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A decisão do reforço militar foi anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na cidade de Pemba, após inaugurar a plataforma flutuante Coral Sul FLNG, na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, onde o terrorismo tem estado a comprometer grandes investimentos.
"Formámos um cordão defensivo com a elevação da capacidade das nossas forças de defesa e segurança e com apoio das forças amigas do Ruanda e da SADC nas zonas adjacentes ao distrito de Palma. Neste momento, e de forma progressiva, a situação retorna à normalidade", afirmou o chefe de Estado.
Filipe Nyusi avançou, ainda, com as perspectivas do país nos próximos anos: "Em 2050, Moçambique poderá ser o maior produtor e exportador de LNG acima de países na fase de maturidade. Neste sentido, o nosso posicionamento depende do reinício de construção dos módulos em terra para a área 1 e prossecução dos trabalhos da área 4 em terra."
A produção e exportação do gás natural liquefeito começou este mês, com o primeiro carregamento extraído da Área 4 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, pelo consórcio liderado pela petrolífera italiana ENI.
A inauguração oficial da plataforma Coral Sul ocorreu esta quarta-feira, na presença de Filipe Nyusi que visitou a infra-estrutura que desde o início do ano ficou estacionada a 40 quilómetros da costa moçambicana e que há 10 dias começou a exportar gás liquefeito.
Na inauguração, o director de operações de Recursos Naturais da Eni, Guido Brusco, admitiu poder vir a ser lançada uma segunda plataforma de produção de gás liquefeito ao largo de Moçambique.
"Existem oportunidades para aumentar a oferta no curto prazo, incluindo a possibilidade de replicar o sucesso do projecto Coral Sul com um novo desenvolvimento de FLNG (‘Floating Liquified Natural Gas’)", afirmou, acrescentando que há a possibilidade de "desenvolvimentos onshore" que têm sido adiados devido à violência armada na província de Cabo Delgado.
A plataforma Coral Sul, operada pela petrolífera italiana Eni em nome do consórcio da Área 4 de Moçambique, vai produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano para a BP (que comprou a produção por 20 anos). O primeiro navio cargueiro de exportação foi carregado com GNL moçambicano em 13 de Novembro.
Há outros dois projectos de maior dimensão aprovados para a bacia do Rovuma, liderados pela TotalEnergies (Área 1) e Exxon/Eni (Área 4). Estes projectos implicam fábricas de liquefacção em terra, na península de Afungi, pelo que aguardam por decisões das petrolíferas para a construção avançar, face à insegurança na região.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma "joint venture" em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, participações de 10%.
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