Moçambique e SADC vivem melhor momento apesar de "equívocos"
Jaime Neto, ministro da Defesa moçambicano, assegurou que as relações entre o país e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) estão a atravessar "o melhor momento", mesmo depois de críticas por parte da África do Sul. Missão de treino da União Europeia foi aprovad ae está operacional a partir de Outubro.
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O governante moçambicano assegurou que a chegada das forças da SADC nesta segunda-feira está articulada dentro desta organização africana, após a África do Sul ter criticado a chegada ao território moçambicano de 1.000 militares e polícias vindos do Ruanda, país que não faz parte da organização.
"A nível de militares da SADC há planeamento operacional combinado e naturalmente o planeamento bilateral pode ser mais flexível e e´o que está a acontecer com o Ruanda, tendo acontecido antes da SDAC", justificou o ministro, após a sua homóloga sul-africana ter lamentado os mal entendidos.
Jaime Neto assegurou ainda que as relações entre a SADC e Moçambique "estão a atravessar o melhor momento" assim como "as relações com a África do Sul", mas a comunicação vai evouluir de forma a evitar "os equívocos".
"Em relação à SADC há datas fixadas durante a cimeira e são essas datas que estão a ser cumpridas para que a Força que vem apoiar o país possa aparecer. Nós achamos que iremos continuar a comunicar mais para que a nível do comando combinada da SDAC está tudo bem e vamos comunicar mais para evitar estes equívocos", indicou.
A União Europeia aprovou hoje uma missão de formação militar em Moçambique que visa treinar e apoiar as Forças Armadas moçambicanas no“restabelecimento da segurança em Cabo Delgado.
A missão irá durar dois anos e vai incluir treino militar, preparação operacional, treino especializado em contraterrorismo, e treino e educação na proteção de civis.
À frente da missão EUTM Moçambique está o brigadeiro-general do Exército português Nuno Lemos Pires, que se diz sentir um “imenso orgulho e muita responsabilidade" por chefiar esta força que vai estar operacional em outubro.
“Pretende-se que a missão esteja em pleno funcionamento a partir do final de Outubro. Nessa altura teremos já tudo a funcionar, com os militares das várias nações da UE no terreno, e tudo a acontecer. Até lá é uma fase de preparação e desenvolvimento”, explicou Lemos Pires.
Missao UE Moçambique Brigadeiro Nuno Lemos Pires
O militar português está empenhado não só em formar as forças moçambicanas para o respeito dos direitos humanos, mas também fazer com que a sua própria força pratique estes ensinamentos durante a estadia em Moçambique.
“Ao mesmo tempo que se prepara forças para garantir a segurança e proteção de civis, vai-se também garantir que este treino é acompanhado por um grande enfoque no respeito pela lei, pelos direitos humanos e pela dignidade humana”, sublinhou Nuno Lemos Pires.
Desde o início dos ataques em Cabo Delgado já terão perdido a vida mais de 2.800 pessoas e há mais de 700 mil deslocados devido aos conflitos levados a cabo pelos terroristas na região.
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