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Moçambique

Jornalista desaparecido desde 7 de Abril no norte de Moçambique

Em comunicado hoje, o MISA-Moçambique (Media Institute of Southern Africa), deu conta da sua preocupação perante o desaparecimento desde o dia 7 de Abril de Ibraimo Abu Mbaruco, jornalista e locutor da rádio comunitária de Palma, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Ibraimo Abu Mbaruco, jornalista e locutor da rádio comunitária de Palma, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Ibraimo Abu Mbaruco, jornalista e locutor da rádio comunitária de Palma, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. © MISA-Moçambique
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De acordo com as informações do MISA-Moçambique "Ibraimo Mbaruco saiu de casa para a Rádio por volta das 15,00 horas do dia 7 de Abril em curso, onde esteve a trabalhar até cerca das 18,00 horas do mesmo dia. O jornalista teria sido sequestrado quando regressava a casa, entre as 18,00 e 19,00 horas." Esta instituição refere ainda que "momentos antes, Ibraimo Mbaruco teria enviado uma curta mensagem (SMS) a um dos seus colegas de trabalho, informando que “estava cercado por militares”. A partir desse momento, não mais atendeu às chamadas, embora o seu telefone continuasse a dar sinal de estar ainda comunicável."

Ao referir que desde essa última comunicação, o jornalista tem estado incomunicável, a própria família não conseguindo contactá-lo, o MISA indica que "os seus colegas da Rádio e familiares contactaram o Administrador Distrital, o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Secretária Permanente Distrital", esta instituição referindo por seu lado ter conseguido apurar que " Ibraimo Mbaruco não se encontra no quartel de Palma."

O MISA que exige a libertação imediata do jornalista, refere ainda estar a enviar esforços para perceber o que sucedeu, conforme disse à RFI Fernando Gonçalves, presidente do MISA-Moçambique.

01:31

Fernando Gonçalves, presidente MISA - Moçambique 10-04-20

De referir que Cabo Delgado, zona cuja economia tem conhecido impulsos com grandes empreendimentos no sector do gás e nas minas de rubis, tem sido também palco de ataques de grupos armados que já causaram a morte de pelo menos 350 pessoas desde Outubro de 2017. Alguns destes ataques classificados de atentados terroristas têm sido reivindicados pelo grupo "Estado Islâmico".

Foi neste âmbito que no ano passado, dois jornalistas da região, Amade Abubacar e Germano Adriano, foram detidos, mantidos incontactáveis durante largos dias e maltratados pelas autoridades locais durante 4 meses quando estavam a tentar efectuar a cobertura das violências que dilaceram Cabo Delgado. Na altura, foram acusados de violar segredos de Estado e de incitar à desordem, este caso chegando a suscitar indignação além-fronteiras, designadamente por parte da ONU.

 

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