Guiné-Bissau: demissão de Umaro Sissoko Embaló
Primeiro-ministro Umaro Sissoko Embaló apresentou ontem (12/01) a sua demissão ao Presidente José Mário Vaz, que ainda não se pronunciou. A demissão foi também anunciada - em francês - na sua página Facebook, sem apontar os motivos da mesma, Umaro Sissoko afirma que este seria o segundo pedido de demissão desde 6 de Dezembro de 2016.
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Segundo apurou a RFI Umaro Cissoko Embaló fundamenta o seu pedido de demissão do cargo com, citamos: "um claro afastamento de posições com o Presidente José Mário Vaz", a quem, contudo, agradece a confiança ao tê-lo nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau durante 15 meses.
Na sua carta, Umaro Embaló, em funções desde 18 de Novembro em 2016, não especifica casos concretos que ditaram o afastamento de posição entre ele e o Presidente.
Mussa Baldé, correspondente em Bissau
Nos meios políticos e diplomáticos em Bissau, comenta-se que as relações entre os dois dirigentes se azedaram sobretudo quando o Presidente José Mário Vaz decidiu apoiar dois ministros que tinham problemas com o primeiro-ministro: ministro do Interior, Botche Candé, e o ministro das Finanças, João Fadiá, ambos tidos como amigos próximos do Presidente Vaz.
A carta com o pedido de demissão de Umaro Embaló já se encontra na posse do Presidente, que deverá tomar uma decisão na próxima semana, mas já se falam em nomes para ocupar o lugar de primeiro-ministro: Augusto Olivais, que seria nomeado no âmbito do Acordo de Conacri, Botche Candé e João Fadiá, são os mais badalados.
Também se fala na possibilidade de o Partido da Renovação Social (PRS) que sustenta o governo, avançar com um nome para o cargo de primeiro-ministro.
Mas a RFI também sabe que os nomes de algumas mulheres da praça política guineense estariam a ser cogitados pelo Presidente.
Umaro Sissoko Embaló é o quinto primeiro-ministro nomeado pelo Presidente José Mário Vaz desde as eleições legislativas de 2012.
No mesmo dia em que foi apresentada a demissão o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados - MCCI - manifestou e acusou a comunidade internacional de "passividade e brincadeira com o povo guineense" e denunciou "um governo ilegal", considerando que a demissão do primeiro-ministro não resolve os problemas do país, pois "o problema é o Presidente que deve demitir-se para irmos a eleições gerais antecipadas em 2018".
De recordar ainda que esta demissão ocorre na semana que antecede o fim do ultimato da CEDEAO, que termina a 16 de Janeiro e que entre outros estipula a demissão do primeiro-ministro e a nomeação por consenso de um outro e também do anunciado regresso ao país a 18 de Janeiro do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
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