Guiné-Bissau: guardas prisionais em greve
Os guardas prisionais da Guiné-Bissau iniciaram hoje uma greve de cinco dias, para reclamar melhorias nas condições de trabalho e o esclarecimento do seu vínculo laboral com o Estado.
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Desde esta segunda-feira (8/01) os guardas prisionais da Guiné-Bissau estão em greve por cinco dias, para reclamar melhorias nas condições de trabalho e o esclarecimento do seu vínculo laboral com o Estado, reclamando que desde 2011 têm recebido promessas não cumpridas por parte dos sucessivos governos.
O executivo está a tentar travar a greve, que abrange os três centros penitenciários da Guiné-Bissau: o de Bandim, na capital, o de Mansoa no centro/norte e o de Bafatá, no leste, estarão apenas com dois guardas de serviço.
É o serviço mínimo que o sindicato dos guardas prisionais promete oferecer para vigiar cerca de duzentos reclusos.
A greve geral de cinco dias, visa, entre outros, a melhoria de condições de trabalho e obrigar o governo a publicar no Diário da República as diferentes categorias em que são remunerados os guardas prisionais.
Correspondência de Mussá Baldé
Iazaldo da Silva, o presidente do sindicato dos guardas prisionais diz que se não fosse o amor à profissão muitos já tinham abandonado os centros de reclusão por falta de condições: "as condições básicas nos centros prisionais não são favoráveis, se formos ver a prisão aqui em Bissau...os presos dormem no chão, no soalho, não têm nada, não há camas, não há alimentação...é porque temos amor à nossa profissão, por isso estamos a dar a nossa contribuição para a justiça da Guiné".
O governo, acusado de inércia por parte do sindicato, está a tentar que a greve seja suspensa.
O ministro da Função Pública, Tumane Baldé, chamou esta segunda-feira a comissão negocial da greve mas os guardas dizem que estão cansados de promessas não cumpridas desde 2011, estão sem fardamento adequado e não têm as condições de segurança mínimas como o muro de vedação.
Os familiares dos reclusos já se manifestaram preocupados devido à ausência de guardas nos três centros penitenciários.
O site "Notabanca" reporta que o secretário-geral do sindicato dos Guardas Prisionais Demba Só, denunciou que o ministério da Justiça recebe mensalmente do Tesouro Público 10 milhões de francos CFA para alimentação dos presos, mas que o dinheiro nunca chega.
O ministro da Justiça Rui Sanhá admitiu que a sua instituição desbloqueia semanalmente 600 mil francos CFA para a alimentação dos detidos, mas desconhece se o dinheiro chega ou não ao seu destino e instou o responsável das finanças no seu ministério a esclarecer o facto.
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