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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau: PGR nega envolvimento em tráfico de droga

O procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Bacari Biai, negou esta sexta-feira (28) qualquer envolvimento no tráfico de droga e considerou ter condições para continuar no cargo por não estar envolvido em nenhuma actividade ilícita.

Bacari Biai (centro), PGR da Guiné-Bissau.
Bacari Biai (centro), PGR da Guiné-Bissau. © Cortesia ministeriospublicoscplp
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Em Setembro as autoridades guineenses anunciaram a apreensão de cerca de 80 quilos de cocaína. Porém, 2 semanas atrás surgiram nas redes sociais gravações polémicas sugerindo que as quantidades de droga apreendidas seriam muito superiores, chegando a 600 quilos de droga.

O áudio também sugeria que altos responsáveis do Ministério do Interior e da Procuradoria-Geral da República se teriam apropriado da "diferença". Os nomes de Botche Candé, ministro da tutela, e de Bacari Biai, procurador-geral da República, também foram mencionados.

Questionado pela agência Lusa sobre as acusações contra si de alegado envolvimento no tráfico de droga, o procurador-geral, Bacari Biai, defendeu a sua posição e responsabilizou a comissão criada pelo governo pela alegada "tortura psicológica" sofrida pelos detidos com o objectivo de "atingir determinadas pessoas".

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PGR Bacari Biai fala sobre alegado desvio de droga apreendida, 29/10/2022

“Se há maior falsidade possível, é isso. E neste momento esses magistrados já tentaram uma acção crime contra ele, para provar no Tribunal de Relação o envolvimento do magistrado.”

“Ele parece-me que está ao serviço de terceiros, desconhecemos quem, porque não é um comportamento normal de um magistrado. Ainda não tomámos nenhuma medida para não dizerem que estamos a interferir no processo”

No âmbito do processo pessoas tinham sido torturadas psicologicamente, detidas nove dias, só para poderem acusar determinadas pessoas que querem atingir.

O próprio governo é que criou uma comissão, disse que é uma comissão administrativa. Eu desconheço se existe uma legislação na Guiné-Bissau que confere competência a uma comissão administrativa do Governo para deter pessoas.

Sobre a sua demissão do cargo, exigida pelo Espaço de Concertação da Sociedade Civil – que reúne 28 organizações da sociedade civil, o procurador-geral da República considerou ter condições para continuar no cargo por não estar envolvido em nenhuma actividade ilícita.

"Acho que tenho condições porque eu estou com certeza que não me envolvi em nada. Há uma organização criminosa que sequestra este país. Só é um grande quadro e inteligente quando está com eles. No dia em que vá contra o interesse deles, você não é o melhor quadro”.

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