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Guiné-Bissau

"A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo"

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, avança o Relatório Nacional Voluntário aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O documento revela um desinvestimento persistente nas áreas sociais, com a pobreza a afetar 66,6% da população.

Mulher guineense em Bissau
Mulher guineense em Bissau © RFI/Neidy Ribeiro
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As conclusões fazem parte do Relatório Nacional Voluntário aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, elaborado pelas autoridades guineenses, apresentado ontem em Nova Iorque, nas Nações Unidas, durante o Fórum Político de Alto Nível.

O relatório constata que “com um PIB per capita de 494 dólares a Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo”, sublinhado que a instabilidade política “crónica”, que se se vive no país desde a independência, têm tornado mais difícil o combate à pobreza.

O documento revela um desinvestimento persistente nas áreas da saúde, educação, com a pobreza a afectar 66,6% da população, nomeadamente as mulheres.

O relatório, que pode ser consultado na página da ONU, salienta que o contexto mundial pode reduzir “ainda mais a margem de manobra orçamental, já limitada para aumentar as despesas e os investimentos sociais”.

O documento refere, que apesar de ser um país rico em recursos naturais, a “percentagem de agregados familiares expostos à insegurança alimentar é elevada nas zonas rurais”. Apenas 53% das crianças menores de 6 meses são amamentadas e 46% das mulheres e meninas entre os 15 e 49 anos sofrem de anemia.

O relatório cita ainda dados do Ministério da Saúde que indicam que a taxa de mortalidade materna aumentou nos últimos seis anos, passando de 560 para 667 num universo de 100 mil mulheres. A pandemia de Covid-19 e a fragilidade do sistema nacional de saúde terão contribuído para esta subida.

Ainda segundo o relatório, na Guiné-Bissau mais de 50% das pessoas com mais de 15 anos são analfabetas. A pobreza, a insegurança alimentar, o trabalho infantil, as normas discriminatórias contra meninas, a falta de infraestruturas escolares e professores qualificados continuam a ser obstáculos à escolarização, apesar de a taxa de frequência escolar até ser elevada.

As mulheres, que representam a maioria da população no país, continuam a ser o segmento mais vulnerável da sociedade. A mutilação genital feminina, o casamento precoce e a violência sexual são várias formas de violência a que as mulheres continuam a estar sujeitas.

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