Guiné-Bissau: 30 dias de nova greve geral na função pública
Início, esta segunda-feira, de nova greve de um mês na função pública guineense. A paralisação foi convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau depois de falhadas as negociações com o Governo. O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, acusa o Governo de falta de sensibilidade para com a situação dos trabalhadores.
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A principal central sindical da Guiné-Bissau avançou, na semana passada, com novo pré-aviso de greve para o mês de Maio, com base na "insensibilidade do executivo em corresponder às exigências dos trabalhadores" guineenses.
O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, acusa o Governo de falta de sensibilidade para com a situação dos trabalhadores. Uma posição partilhada pelo analista social Armando Lona que aponta o dedo aos governantes: “a UNTG tem razão para fazer greve porque o país foi submetido a uma austeridade gritante. Em plena pandemia da Covid-19 este Governo decidiu alargar a base tributária do país com a entrada em vigor de cinco novos impostos. Enquanto em outros cantos do mundo os governos estão a aliviar a tributação, na Guiné-Bissau aconteceu exactamente o contrário. Os titulares dos órgãos de soberania estão a receber acréscimos nos seus subsídios, gratificações injustificadas, ao mesmo tempo o trabalhador é submetido a um regime de austeridade que ninguém consegue justificar. A UNTG enquanto representante máxima da classe trabalhadora tem a responsabilidade de contestar esta injustiça jamais vista”.
Nas últimas semanas, executivo e sindicato sentaram-se à mesa das negociações. O primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, chegou mesmo a afirmar que as negociações estavam a correr "muito bem" e que tinham chegado a um "entendimento". Mas, pouco depois, a UNTG denunciou a ausência de contactos após ter apresentado a sua contraproposta ao elenco governativo.
Desde Dezembro que a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) tem convocado greves gerais na Função Pública. A central sindical exige do Governo a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos CFA para o dobro.
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