Jomav evoca "vicissitudes" mas aceita resultados

Continuam a afluir as reacções depois do anúncio ontem dos resultados provisórios da primeira volta das presidenciais de domingo na Guiné-Bissau, resultados que colocam frente-a-frente, na segunda volta de 29 de Dezembro, os dois candidatos mais votados, Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embalo respectivamente com 40,13% e 27,65% dos votos.

José Mário Vaz, Presidente cessante da Guiné-Bissau SEYLLOU / AFP

Depois de o terceiro candidato mais votado, Nuno Nabian, com 13,16% dos sufrágios, ter já ontem reconhecido a justeza dos resultados, foi hoje a vez de o Presidente cessante José Mário Vaz, em quarta posição com 12,41% dos votos, se expressar sobre o processo eleitoral. Dirigindo-se aos seus apoiantes e à comunicação social, José Mário Vaz afirmou que não foi reeleito por ter demitido o primeiro-ministro Aristides Gomes, há semanas atrás. "Foi isso que me custou a reeleição como Presidente da República", declarou antes de acrescentar que "apesar das vicissitudes" do processo eleitoral, aceita os resultados e "deseja boa sorte aos dois candidatos mais votados".

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José Mário Vaz, Presidente cessante da Guiné-Bissau

Entretanto, do lado dos dois candidatos mais votados, Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló, as atenções já estão focadas na segunda volta de 29 de Dezembro. Numa primeira reacção aos resultados eleitorais divulgados ontem, Domingos Simões Pereira apelou ao sentido de responsabilidade do seu adversário na segunda volta de 29 de Dezembro.

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Domingos Simões Pereira, candidato do PAIGC na segunda volta das presidenciais, em declarações recolhidas por Mussa Baldé

Ao desmentir qualquer discurso de divisão, Umaro Sissoco Embaló, acusou por sua vez Domingos Simões Pereira de ter "uma agenda oculta" para vender a Guiné-Bissau aos interesses estrangeiros. Para o candidato do Madem-G15, a democracia e a soberania do país estão em perigo se o líder do PAIGC for eleito Presidente.

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Umaro Sissoco Embaló, candidato do Madem-G15 à segunda volta das presidenciais, em declarações recolhidas por Mussa Baldé

Apesar de ainda não ter arrancado oficialmente a campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais que, segundo confirmou hoje a CNE, decorre entre os dias 13 e 27 de Dezembro, os dois candidatos mantêm-se em ordem de batalha, na procura de apoios entre os candidatos derrotados na primeira volta. Após ser solicitado por ambos, o terceiro mais votado, Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) que teve o apoio do PRS e obteve 13,1% de votos, confirmou hoje que vai auscultar os dois vencedores antes de se posicionar.