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Imprensa Semanal

Camarões disputa pelo poder, coronavírus, Angola ou turismo em S. Tomé

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Abrimos esta Imprensa semanal com a JEUNE AFRIQUE que faz a sua capa com os Camarões, Jogos de poder. O ministro das Finanças, Louis Paul Motaze e o secretário geral da Presidência, Ferdinand Ngoh Ngoh, defrontam-se, à sombra do Presidente Paul Biya, para obter posições e influência. 

Capas dos semanários de 7/03/20
Capas dos semanários de 7/03/20 © João Matos
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A atmosfera de fim de reinado de Paul Biya convida a qualquer intriga e alimenta para o bem e para o mal paranóias e ambições. Com certeza que nenhum dos protagonistas desta guerra de clãs admitirá este facto mas não há dúvidas de que cada um procura manter-se numa posição de força e de influência com vista à sucessão na qual todos pensam tendo em conta a idade do capitão. Mas é Ferdinand Ngoh Ngoh, que vai à frente. Na sua qualidade de secretário geral da presidência dispõe da delegação de assinar em nome do Chefe de Estado, o que lhe permite agir sob altas instruções e tira ainda proveito da sua proximidade com a primeira dama, Chantal Biya.

Do seu lado, o todo poderoso ministro das Finanças, Louis Paul Motaze, que cresceu praticamente sob a alçada de Paul Biya e esposa é também apontado como um dos favoritos. Ex-ministro da Economia, coordenador das infraestruturas, Motaze perdeu pontos para o seu adversário, quando as operações da Copa de África das Nações foram confiadas a uma célula na presidência dirigida por Ngoh, dispondo de um orçamento de 1,5 mil milhões de euros.

Mas o vento volta a soprar a favor de Motaze, em fins de novembro de 2018, quando a Confederação africana de futebol, alegando atrasos nas obras, retirou aos Camarões a organização do CAN 2019. Desde então, os dois pretendentes digladiam-se e como frequentemente nestas circunstâncias o Presidente Paul Biya, recusa-se a escolher, tendo mantido Motaze no Minsitério das Finanças e reforçado Ngoh Ngoh, com o título de ministro de Estado, acrescenta a JEUNE AFRIQUE. 

É o mesmo semanário, que se refere, igualmente, à Tunísia, onde após um período de tensões com o Presidente Kaîs Saîed, o líder da Ennahdha e do Parlamento, Rached Ghannouchi, quer acalmar o jogo, mas vai dizendo que o seu partido permanece uma força política incontornável no país. "Ninguém consegue governar sem nós", afirma em entrevista à JEUNE AFRIQUE. 

Por seu lado, LA LETTRE DU CONTINENT, faz referência a Angola, Lourenço vende o "porto Kopelipa". Durante muito tempo dirigido por próximos do poderoso general Kopelipa, o terminal polivalente de Luanda vai ser concedido a privados agora por ocasião da estação da primavera. Quando dirigentes da CMA CGM e Bolloré acompanharem o presidente Macron a Luanda em meados de maio, as autoridades portuárias angolanas estarão a selecionar as ofertas para a concessão do terminal polivalente de Luanda que devem ser apresentadas até fins de março. Para além dos dois grupos franceses, de referir ainda a presença do grupo dos emirados DP World assim como o grupo ítalo-suíço Terminal Investment, controlado em 65% pelo armador italiano Mediterrânico Shipping co. da família Aponte.

 O terminal de Luanda foi durante muito tempo feudo do ex-chefe da Casa Militar, Manuel Hélder Vieira Dias, "Kopelipa" sob a presidência de José Eduardo dos Santos. Os accionistas da sociedade Soportos que fez a gestão do porto durante 10 anos eram muito próximos da alta patente militar. Decidido a limitar o peso económico dos barões da era dos santos, o governo do presidente João Lourenço, confiscou em julho passado a gestão do terminal aos amigos de Kopelipa e lançou um novo concurso para a gestão do porto de Luanda, acrescenta LA LETTRE DU CONTINENT.

Coronavírus, o medo da epidemia, é a capa do semanário, L'OBS.O governo francês multiplica medidas de precaução, os economistas mostram-se preocupados e os hospitais em pé de  guerra. Quanto aos cientistas trabalham tentando parar o avanço do adversário. Há dois meses que virólogos, biólogos ou epidemiologistas trabalham 24 horas por dia em laboratórios de alta segurança para combater o inimigo público número 1. Na China, na Europa ou nos Estados Unidos, milhares desses investigadores não poupam esforços multiplicando suas investigações na esperança de encontrar um remédio ao coronavírus Covid-19. O número de doentes e de mortos exibidos instântanamente nas redes sociais e nos meios de comunicação social, o que não era o caso durante a epidemia do Sras de 2002, cria uma tensão permanente, nota L'OBS.

Também, LE MAGAZINE LE MONDE, dá relevo ao assunto destacando a epidemia paralela dos boatos que preocupam a OMS. Perante a proliferação de notícias falsas relativas ao Covid-19 nas redes sociais e nos novos hábitos de consumo de informação a OMS contra-ataca. Uma das suas equipas dedica-se a uma estratégia anti-fakenews. A estratégia é simples, mas inédita: fornecer informações em primeira mão ao maior número de pessoas, validadas pela OMS sobre o coronavírus. 

O coronavírus, põe tudo em dúvida, replica LE POINT, no seu editorial, desde a nossa maneira de cumprimentar as pessoas, os ritos religiosos, salões de automóvel ou do livro. Sem esquecer os rumores. Já se encontrou o criminoso: é a globalização acusada de todos os males e que permitiu a propagação do vírus.

Enfim, o mesmo LE POINT, destaca na sua página Turismo, S. Tomé, a maravilha do nascimento duma ilha. Em S. António, mal a nossa avioneta nos deixou em terra, que se tem a sensação de que o tempo parou na ilha. Tudo é leve leve, devagarinho, em S. Tomé e Príncipe, arquipélago lusófono perdido no golfo da Guiné.

Na roça Sundy, uma das plantações históricas do café de Príncipe, tudo ainda traz vestígios do Reino de Portugal do século XV até 1975, data da independência do pequeno país de África.  A serenidade do lugar é o chamamento à sesta após uma caminhada para uma misteriosa reserva natural da Praia onde vão para a desova as tartarugas, num clima de tranquilidade que não significa isolamento, nota, LE POINT.

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