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EUROPA

Cacofonia europeia quanto a novos líderes

Os cargos de topo da União Europeia (UE) continuam em aberto, depois de mais um falhanço na cimeira extraordinária do Conselho Europeu. No entanto, as negociações serão retomadas amanhã e tudo indica que o socialista Frans Timmermans seja o próximo presidente da Comissão Europeia.

Reunião do Conselho Europeu foi suspensa
Reunião do Conselho Europeu foi suspensa Reuters
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A cimeira extraordinária do conselho europeu, que decorria desde as 20 horas de domingo, acabou sem qualquer acordo entre os lÍderes europeus.

É que longe vão os tempos da força política de Merkel, mesmo no seio do Partido Popular Europeu (PPE), pelo que o acordo alcançado pela chanceler alemã com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, no G20, em Osaka, e que indicava o socialista Frans Timmermans como presidente da Comissão Europeia, está a ser recebido com alguma resistência pelos conservadores do leste europeu.

De acordo com o Politico, há uma frente conservadora que se opõe ao documento negociado entre conservadores, socialistas e liberais, nomeadamente a Hungria e a Polónia, não apenas por não ser um nome da maior família politica do hemiciclo de Estrasburgo, mas, e talvez principalmente, porque foi o responsável pela abertura de processos por violação das regras do Estado de Direito a estes países.

No entanto, fontes europeias garantem que as últimas propostas e as que reúnem maior consenso passam invariavelmente por dar luz verde ao nome de Timmermans como presidente da Comissão Europeia, atribuindo a presidência do Conselho Europeu aos liberais e os restantes três ao PPE.

Resta saber o que é que, face à resistência do grupo do Visegrado, estará a ser preparado para desbloquear o nome do socialista holandês. É aqui que, também segundo o Politico, o primeiro-ministro português, António Costa, entra em cena e terá negociado ao telefone com o antigo presidente do Parlamento Europeu e ex-líder do alemão SPD, Martin Schulz, a ideia de dar a presidência da Comissão a Timmermans em troca de um mandato prolongado de 5 anos ao conservador Manfred Weber como presidente do Parlamento Europeu, o dobro do que é habitual à frente dos trabalhos do hemicíclo comunitário.

Uma dança de cadeiras ainda completamente em aberto e em suspenso para ira do presidente francês, que veio já criticar as divisões no seio do PPE, assim como as divisões geográficas, que não possibilitaram aprovar o "que foi previamente acordado". Emmanuel Macron falou mesmo numa "péssima imagem" e em "fracasso".

É importante recordar que todas estas negociações se fazem numa verdadeira corrida contra o tempo, visto que faltam menos de 48 horas para a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em França, na qual será eleito o presidente da assembleia comunitária, um dos lugares em disputa nas negociações.

Face à incerteza e para aguardar consenso entre os líderes europeus, o Parlamento Europeu já decidiu adiar em 24 horas a votação. Se ate lá não existir consenso, a comissão liderada por Jean Claude Juncker é obrigada a estender o mandato e poderá abrir-se uma crise institucional na União Europeia.

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