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Renúncia de Blatter abre "nova era" na Fifa

Os jornais franceses desta quarta-feira (3) dedicaram suas manchetes e várias reportagens à repercussão da renúncia de Joseph Blatter na presidência da Fifa. O anúncio abre a perspectiva de uma ampla reformulação na entidade máxima do futebol e o próximo chefão terá muito trabalho para corrigir a "corrupção endêmica" na instituição, escreve a imprensa local.

O suíço Joseph Blatter.
O suíço Joseph Blatter. REUTERS/Ruben Sprich/Files
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"Uma nova era" para a Fifa. Dois jornais franceses escolheram essa mesma fórmula para traduzir o significado do anúncio de Blatter feito ontem na sede da entidade, em Zurique.

Em uma extensa reportagem de página inteira, Le Figaro diz que Blatter "jogou a toalha" e convocou uma nova eleição. "Ele pegou todo mundo de surpresa." O final de seu longo mandato de 17 anos como presidente da Fifa "é brutal", afirma o artigo.

Segundo Le Figaro, Blatter não resistiu ao acúmulo dos escândalos sobre sua mesa, o último deles envolvendo seu braço direito, Jérôme Valcke, suspeito de ter feito uma transferência de US$ 10 milhões ao ex-vice-presidente Jack Warner. Um analista do Le Figaro afirma que a renúncia de Blatter é uma "excelente notícia" para o futebol. Sua saída deverá permitir uma verdadeira "operação de limpeza, renovação e, quem sabe, uma revolução no futebol".

Le Figaro também informa que o nome de Michel Platini tem muito apoio para disputar o cargo. Independentemente do futuro escolhido, o próximo presidente terá como missão acabar com a corrupção endêmica que tomou conta da entidade máxima do futebol nas últimas décadas, conclui Le Figaro.

Platini é o homem certo

Le Parisien diz que nessa "nova era" que se abre, a hora é de Michel Platini. "Que candidato pode encarnar uma nova liderança com credibilidade e levar sangue novo à Fifa senão ele?", questiona o jornal.

Depois de oito anos no comando da UEFA, de ter sido conselheiro de Blatter e vice-presidente da Federação Francesa de Futebol, Michel Platini "tem o perfil ideal de um candidato idôneo", defende o diário francês. Sua pouca habilidade com o inglês é um problema, mas amplamente compensado pelo fato de Platini conhecer profundamente a engrenagem da UEFA, onde seu trabalho é elogiado. Resta saber se ele vai querer. Mas antes de tomar a decisão, Platini irá refletir e fazer muitas consultas, aposta Le Parisien.

O jornal afirma ainda que a saída de cena de Blatter marca o final do reinado de um "monarca absoluto" e também de um "autocrata". A justiça americana pôs fim a 17 anos de um "sistema maquiavélico", escreve Le Parisien.

Não aguentou as pressões

Les Echos diz em seu título que Blatter cedeu às pressões, que se tornaram extremamente fortes não apenas por parte da justiça, mas também do meio do futebol e dos patrocinadores da entidade.

O jornal faz um rápido resumo da trajetória do suíço na Fifa e lembra que ele foi encaminhado à entidade pelo ex-dirigente da Adidas, que mais tarde criou uma agência de marketing esportivo que se tornaria "a maior do planeta graças a contratos exclusivos com... a Fifa!". O negócio já teria feito Blatter se envolver em 2001 em um esquema de caixa 2 de € 50 millhões.

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