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Incertezas na Europa reforçam impactos negativos na economia brasileira

Segunda-feira é dia de publicação dos cadernos de Economia na imprensa francesa. Nas edições desta segunda (19), os diários Le Figaro e Les Echos destacam dois eventos importantes nos próximos dias: as eleições antecipadas na Grécia, dia 25, cujo resultado pode resultar na renegociação da dívida grega; e o lançamento do programa de compra de títulos da dívida de países da zona do euro pelo Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.

Capa do jornal francês Les Echos desta segunda-feira,19 de janeiro de 2015.
Capa do jornal francês Les Echos desta segunda-feira,19 de janeiro de 2015.
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Os jornais Le Figaro e Les Echos lembram que esta semana será histórica para a zona do euro. Na quinta-feira (22), o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, deverá apresentar o plano que prepara há meses de compra de títulos da dívida pública do bloco. A iniciativa é considerada a última arma dos europeus para evitar a deflação, segundo Les Echos.

Com um conjunto de medidas excepcionais para estimular os preços e o crescimento, o BCE está pronto para dar uma guinada e acabar com a morosidade que tomou conta da zona do euro, avalia Le Figaro. O concorrente Les Echos nota que os europeus demoraram, mas enfim lançam mão da mesma estratégia adotada pelos Estados Unidos depois da crise de 2008. Os resultados positivos dessa escolha ficaram evidentes no último ano, com um crescimento espetacular da economia americana.

Enigma grego

A maior preocupação da imprensa e das autoridades europeias continua sendo a Grécia. O país terá eleições legislativas no próximo domingo (25). O partido antiausteridade Syriza é o favorito, segundo as sondagens. Caso vença a eleição e consiga formar um governo de coalizão de centro-esquerda, o Syriza quer romper com o dogmatismo de algumas medidas impostas pelo FMI, o próprio BCE e a União Europeia em troca da ajuda financeira concedida à Grécia.

A questão que se coloca para o Banco Central Europeu é se a instituição deve comprar títulos públicos gregos ou não, no momento em que o país se prepara para reestruturar sua dívida. A situação continua delicada em Atenas. Na semana passada, dois bancos gregos pediram ajuda ao fundo de resgate de emergência do bloco por falta de liquidez.

Impactos no Brasil

Os mercados hoje estão interligados de forma global. Então, o Brasil sofre impacto de tudo o que acontece no exterior. O jornal Les Echos desta segunda-feira prevê que 2015 será um ano de nervosismo para os mercados por causa de várias eleições na Europa. A primeira será na Grécia, mas também haverá eleições na Espanha, em Portugal e no Reino Unido. Em todos esses países, o voto antiausteridade ou eurocético está em alta.

Les Echos dedica uma matéria exclusiva ao Brasil, um mercado emergente que sofre com a fuga do capital estrangeiro. Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro, a bolsa de valores de São Paulo perdeu 10,12%. "O país afunda na crise", na avaliação do Les Echos. O crescimento continuará minguado, apenas 0,8% em 2015, e a inflação elevada.

Em seu texto, o diário nota que três motores da economia brasileira enfrentam dificuldades: a Petrobras, a Vale e a Embraer. A falta de infraestruturas permanece um problema crônico e o governo precisa cortar gastos, acrescenta Les Echos.

Na opinião do diário francês, apesar de todo o seu potencial, o Brasil continuará com indicativos pífios em 2015. Analistas estimam que a moeda brasileira sofrerá desvalorização de 11% ante o dólar até o final do ano. 

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