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Imprensa Francesa

Rupturas marcam ano de 2014 na França, segundo Libération

No último dia do ano, a imprensa francesa publica novos balanços sobre o ano que passou e perspectivas para 2015. Em sua edição desta quarta-feira (31), o jornal de esquerda Libération, sempre original, nota que 2014 foi um ano de "rupturas".

Capa do jornal "Libération" desta quarta-feira, 31 de dezembro de 2014.
Capa do jornal "Libération" desta quarta-feira, 31 de dezembro de 2014. RFI
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A ruptura que marcou o ano dos franceses foi, sem dúvida, a separação do presidente François Hollande de sua companheira Valérie Trierweiler. A traição de Hollande com a atriz de cinema Julie Gayet, revelada por uma revista de celebridades, pegou os franceses de surpresa. Libération lembra que ninguém esperava ver o presidente ser fotografado chegando à casa da amante na garupa de um scooter, sem seguranças, como um cidadão comum.

Depois de tomar uma dose excessiva de soníferos, Valérie Trierweiler passou vários dias no hospital e, durante semanas, os franceses se questionaram sobre a frieza com que Hollande tratou a ex-mulher. O fim da história foi amargo para o presidente. Trierweiler se vingou publicando o livro "Obrigado por este Momento". As revelações desdenhosas sobre o ex-companheiro atingiram a imagem de Hollande, que já estava prejudicada.

O caso tem repercussão até hoje. Recentemente fotografaram Hollande com a atriz Julie Gayet no Palácio do Eliseu. As imagens não autorizadas vazaram na imprensa. Indignado, Hollande trocou a sua guarda pessoal.

Outras rupturas citadas pelo jornal são a do atacante Frank Ribéry e do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Ribéry não parou de jogar, continua no Bayern de Munique, mas rompeu com a seleção francesa.

Depois de passar dois anos e meio longe das câmeras, o ex-presidente Sarkozy assumiu a presidência do partido conservador UMP no final de outubro, quebrando o jejum que havia se imposto após a derrota para Hollande. Libération cita ainda a ruptura dos ministros mais à esquerda do PS, que deixaram o governo Hollande criticando a política liberal do presidente.

Pronunciamento de Hollande na TV

O pronunciamento do chefe de Estado para desejar feliz Ano Novo aos franceses é tradicional na política francesa. Mas com a popularidade baixa de Hollande, a imprensa não está otimista com o discurso que Hollande fará esta noite em cadeia nacional.

O jornal conservador Le Figaro, voz da oposição, usa um tom irônico a ponto de dizer que "Hollande pode falar o que quiser que ninguém vai dar bola". "Os franceses perderam a confiança nas promessas não cumpridas do presidente e estão cansados de serem governados por um jogador de truco", escreve Le Figaro.

O diário comunista L'Humanité também não perdoa os erros de Hollande, referindo-se às medidas de austeridade e de incentivo fiscal às empresas. L'Humanité afirma que o líder socialista vai continuar sendo "infiel" aos ideais da esquerda, no ano que vem. O diário pede aos leitores que exerçam uma "resistência absoluta" ao liberalismo.
 

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