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Premiê francês defende com firmeza linha política do governo diante dos socialistas descontentes

A presença do primeiro-ministro Manuel Valls no tradicional encontro anual dos socialistas na cidade de La Rochelle ganhou as manchetes da imprensa francesa que circula nesta segunda-feira (1). Mesmo diante de vaias, o premiê defendeu com coragem e vigor a política mais liberal do governo, estimam os jornais.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em encontro anunal do PS, em La Rochelle. 31/08/14
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em encontro anunal do PS, em La Rochelle. 31/08/14 REUTERS/Stephane Mahe
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O Libération estampa uma frase de efeito do premiê Valls durante discurso para sua família política: "Eu amo os socialistas". O jornal lembra que quatro dias atrás, o chefe de governo fez uma "declaração de amor" às empresas francesas na reunião anual do patronato francês e saiu de lá ovacionado.

Desta vez, seu discurso para reduzir a fratura aberta no Partido Socialista foi alvo de vaias, mas sua mensagem foi clara de que ele não mudará a linha política social-democrata do governo, escreve o Libération. "O primeiro-ministro se esforçou para unir os socialistas, mas até quando deverá durar essa trégua entre o governo e a ala mais à esquerda do PS que critica a escolha de uma política econômica mais liberal?", questiona o Libération.

Encontro em clima tenso

Le Figaro considera que Manuel Valls defendeu com muito vigor a linha política mais liberal assumida pelo governo. Seu discurso de encerramento do encontro anual dos socialistas aconteceu em um clima tenso, segundo o jornal.

Em editorial, Le Figaro escreveu que é preciso reconhecer a coragem de Manuel Valls de desafiar sua família política que o vaiou em vários momentos; na chegada em La Rochelle e quando ele disse que "um governo favorável às empresas é um governo a favor do emprego".

O jornal conservador, no entanto, criticou o premiê pela sua "falta de audácia" ao decidir "fechar as portas" para o debate sobre as 35 horas de trabalho semanais na França. Segundo Le Figaro, esse é um dos principais motivos para a atual falta de competitividade das empresas francesas.

Apelo de união não ameniza críticas

O apelo de união do partido, lançado pelo primeiro-ministro no encontro deste final de semana, não foi suficiente para diminuir as críticas contra o governo, afirma o econômico Les Echos. Valls chegou a ser vaiado por uma minoria quando fez essa proposta, testemunhou o jornal.

Mas nem essas críticas vorazes de uma ala militante do Partido Socialista vai impedí-lo de acelerar as reformas do governo, afirma Les Echos. Depois do plano para relançar o setor de moradia, que foi bem acolhido pelos profissionais do setor, o governo já decidiu recorrer a decretos para permitir o trabalho aos domingos para diversas categorias. O jornal vê neste método uma maneira de o governo driblar os deputados socialistas descontentes que poderiam bloquear essa reforma no parlamento.

Imóvel desaba após explosão

O Aujourd'hui en France dedica sua capa à tragédia na cidade de Rosny-sous-Bois, na periferia de Paris, onde na manhã de domingo um imóvel de quatro andares ficou destruído após uma forte explosão. O jornal relata o drama que matou pelo menos quatro pessoas e deixou dezenas de feridos, até o fechamento da edição impressa.

Temor, incompreensão, luto e muitas perguntas entre os moradores da cidade, escreve o jornal. Um vazamento de gás é a causa mais provável desse desabamento trágico, afirma o Aujourd'hui en France que ouviu diversos relatos sobre os momentos de pânico e dor vividos pelos habitantes.

A hipótese que circulou durante todo o dia foi de que a instalação de um cabo de energia, dias atrás, poderia ter provocado um furo na canalização de gás. Só a investigação poderá explicar a tragédia já que é raro que um vazamento de gás em um cano possa ter provocado uma explosão de tal proporção, escreve o Aujourd'hui en France.

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