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Marina Silva ameaça reeleição de Dilma e atrai votos nulos e dos indecisos

A entrada da candidata Marina Silva na disputa pela presidência do Brasil ganhou destaque em dois grandes jornais que circulam nesta quarta-feira (20) na França. Libération e Le Figaro analisam o impacto da nova candidata do PSB e a necessidade dos adversários em rever estratégias para a campanha eleitoral.

A ex-senadora Marina Silva
A ex-senadora Marina Silva facebook/marinasilva
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O Libération dedica uma página inteira para falar de uma adversária "muito popular" para Dilma Rousseff. "Marina Silva é a mulher a ser abatida", escreve o jornal progressista, informando que sua candidatura será oficializada nesta quarta-feira, uma semana após a morte trágica de Eduardo Campo em um acidente aéreo.

O jornal faz referência à pesquisa do Instituto Datafolha que mostra Marina Silva em segundo lugar com 21% das intenções de voto no primeiro turno, à frente de Aécio Neves, e vitoriosa em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma.

Nessa sua entrada na disputa, Marina não precisou roubar votos de ninguém, observa o Libération. A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula atrai os votos dos indecisos e dos eleitores que iriam votar em branco. "Ela incarna uma mudança e é extremamente popular entre a classe média urbana e os jovens que foram às ruas no ano passado protestar contra a corrupção e a falta de ética na política", analisa o jornal.

"Evangélica fervorosa"

O aspecto religioso da candidata também foi mencionado pelo Libération que se refere a Marina Silva como uma "evangélica fervorosa". Por isso, na análise do jornal, ela já tem a garantia dos votos de parte do eleitorado protestante que é contra o aborto e o casamento gay.

Alfabetizada aos 16 anos, ela é vista como mulher do povo, assim como Lula. Outro dado que chamou a atenção do Libération é a migração de 70% dos votos em Aécio Neves para Marina no segundo turno, apontada na pesquisa do Datafolha.

Para o jornal, seus adversários vão atacar seu lado "obscuro" sobre temas específicos da sociedade brasileira e vão insistir na sua falta de experiência administrativa, e na percepção de que ela pode entravar o crescimento do Brasil em nome da preservação do meio ambiente.

PSDB deverá rever rapidamente sua estratégia

Marina Silva muda completamente a corrida presidencial, escreve Le Figaro em sua manchete. A ex-senadora pelo Acre ameaça a reeleição de Dilma Rousseff porque, diferentemente de Eduardo Campos, ela é uma figura conhecida em todo o Brasil.

O jornal conservador lembra que Marina participou das eleições de 2010 e terminou em terceiro com 19,3% dos votos. Uma pesquisa feita em abril desde ano já apontava o sucesso de uma eventual candidatura com 27% dos votos, lembra o jornal.

Segundo Le Figaro, o PSDB é quem terá mais pressa em rever sua estratégia. Se os ataques dos tucanos tinham até agora Dilma e o PT como alvos, agora o candidato Aécio Neves deverá mirar também na militante ecologista. E a presidente Dilma deverá perder votos nas regiões norte e nordeste, tradicional reduto eleitoral petista. "As eleições de 2014 soam para Marina Silva como uma espécie de vingança das eleições de 2010", afirma Le Figaro.
 

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