Le Figaro faz balanço positivo da Copa do Mundo no Brasil

Os jornais franceses desta sexta-feira (20) dão destaque ao segundo jogo da França na Copa do Mundo, hoje contra a Suíça, em Salvador, e ao ambiente festivo do Mundial no Brasil.

Torcida brasileira no Itaquerão, na estreia do Brasil contra a Croácia. REUTERS/Yves Herman

O jornal Le Figaro afirma que o jogo em Salvador, berço do candomblé no Brasil − descrito como um sincretismo afrobrasileiro que mistura ritos católicos e divindades africanas −, "é um ótimo lugar para a seleção francesa exorcizar um velho mal, a autoflagelação". Le Figaro destaca que Patrice Evra, um dos líderes da rebelião no Mundial da África do Sul, declarou que "os orixás" vão ajudar os franceses a vencer a Suíça. O jogador definiu Salvador como "a capital da alegria", sublinha o diário conservador.

Le Figaro faz um balanço muito positivo da primeira fase da Copa no Brasil. Diz que os torcedores brasileiros são animados, hospitaleiros, dão um exemplo indo aos estádios torcer para outras equipes. "Os brasileiros são criativos e usam fantasias engraçadas até em protestos", escreve o diário. Le Figaro cita o exemplo de um militante anti-Copa fantasiado de Papa que carregava um cartaz, no Rio de Janeiro, convidando os torcedores a fazer a maior bagunça.

A ausência de protestos maiores fazem o jornal aprovar a organização do Mundial no Brasil. "Nas redes sociais, as imagens dos brasileiros expulsos de suas moradias por causa das obras da Copa foram substituídas por reportagens da imprensa estrangeira elogiando a Copa das Copas", afirma a reportagem.

França não perde da Suíça há 22 anos

O adversário da França nesta sexta-feira é a Suíça, sexta seleção no ranking da Fifa. A Suíça venceu o Equador na estreia por 2 a 1. Os franceses voltaram a brilhar num Mundial depois do fiasco na África do Sul, vencendo Honduras por 3 a 0. "Chegou a hora da verdade para os Bleus", adverte a imprensa.

Aujourd'hui en France publica uma charge que diz tudo sobre a expectativa dos torcedores franceses: esperança e desconfiança, dois sentimentos aparentemente incompatíveis, mas presentes atualmente entre os franceses.

Na charge, o presidente François Hollande assiste o jogo ao lado do premiê Manuel Valls e avisa: se a Suíça ganhar, eu faço os franceses voltarem do Brasil de trem. O desenho é uma piada de duplo sentido, uma ironia em relação à incapacidade do governo em pôr fim à greve no sistema ferroviário, que entrou hoje no décimo dia. A França enfrenta várias paralisações neste momento e Hollande, que adora futebol, torce por uma vitória francesa para anestesiar o povo.

Aujourd'hui en France acredita que a seleção francesa atual está bem mais preparada do que há quatro anos. Os jogadores têm demonstrado entrosamento, humildade e jogado com vontade de vencer. Tanto é que não perdem nenhum jogo desde 19 de novembro, destaca o diário popular. O técnico da Suíça, Ottmar Hitzfeld, reconhece que o desempenho dos franceses tem melhorado jogo após jogo, o que vai obrigar os suíços a serem bem ofensivos na Arena Fonte Nova.

O prognóstico é a favor da França. A equipe não perde para a Suíça há 22 anos, e nunca foi derrotada pelos suíços em competições oficiais.