Putin vem à França como um convidado incômodo, mas indispensável
Os jornais franceses desta quinta-feira (5) dão destaque à intensa movimentação diplomática em Paris por ocasião das cerimônias de comemoração dos 70 anos do desembarque aliado na Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial. A data é celebrada nesta sexta, mas a agenda dos líderes começa hoje na capital francesa.
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O jornal conservador Le Figaro afirma em manchete que o presidente François Hollande vai jantar duas vezes esta noite, primeiro com o americano Barack Obama, depois com o russo Vladimir Putin. "Dois jantares, com duas horas de intervalo, para evitar qualquer incidente diplomático com russos e americanos", em pleno clima de "guerra fria" devido à intervenção da Rússia na Síria e na Ucrânia.
Le Figaro critica a falta de protagonismo de Hollande na crise ucraniana, afirmando que a França se contentou em seguir a posição dos Estados Unidos, isolando Putin no cenário internacional. O jornal questiona se Hollande vai tentar promover um encontro entre Putin e Obama, amanhã, na Normandia. Seria uma forma de o líder socialista ganhar pontos no cenário internacional, uma vez que internamente o presidente francês é cada vez mais contestado.
O jornal de esquerda Libération acha que, nessa visita à França, Putin tem a oportunidade de sair de seu isolamento diplomático. O Libération constata que o líder russo foi excluído da reunião do G7 em Bruxelas, mas, graças à França, voltará a ocupar um lugar de honra nas cerimônias dos 70 anos do desembarque dos aliados na Normandia.
O jornal Aujourd'hui en France se refere a Putin como um convidado que incomoda. O diário declara que o líder russo procura construir a imagem de um dirigente "indispensável" nas discussões sobre política internacional. "Não é tão fácil assim isolá-lo", afirma o Aujourd'hui en France.
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