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Imprensa

Volta da Grécia aos mercados não assegura paz política no país

O retorno triunfal da Grécia aos mercados aparece com destaque nos jornais franceses desta sexta-feira (11). Depois de quatro anos sem emitir papéis da dívida, o tesouro grego voltou a atrair os investidores. Mas a emissão, apesar de bem-sucedida, não significa que as tensões políticas no país estejam resolvidas.

Protesto contra a política de austeridade em Atenas no dia 9 de abril de 2014.
Protesto contra a política de austeridade em Atenas no dia 9 de abril de 2014. REUTERS/Yorgos Karahalis
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O jornal Les Echos escreve que a explosão de uma bomba ontem em frente ao Banco Central da Grécia não atrapalhou o desempenho da emissão de títulos da dívida grega. Depois de um isolamento financeiro de quatro anos, período no qual o país foi sustentado por pacotes de ajuda internacional, a Grécia volta com sucesso aos mercados. Ontem, ela emitiu papéis de 5 anos com uma taxa baixíssima de juros: apenas 4,95%.

A demanda foi tão forte que o Tesouro grego corrigiu as suas ambições e, em vez de emitir 2,5 bilhões de euros em títulos, aumentou para 3 bilhões de euros. As autoridades gregas comemoraram essa emissão e disseram que ela mostra que a "confiança está de volta".

Insatisfação

Mas, se os mercados estão satisfeitos, o mesmo não pode ser dito da população grega. O jornal Le Figaro escreve que, para a população, a receita para agradar os credores internacionais significou mais desemprego.

O partido de esquerda radical Syriza, que está na oposição, fala que a dívida da Grécia só encontrou compradores porque ela é garantida pela União Europeia que impôs medidas draconianas de rigor. Para protestar contra essa "tutela orçamentária", o partido convoca para hoje uma manifestação e pede a adesão do povo grego.

O objetivo é reunir o maior número possível de pessoas para gritar palavras de ordem contra a União Europeia e contra a chanceler alemã, Angela Merkel, que visita hoje Atenas. O Le Figaro, citando uma pesquisa da imprensa grega, noticia que Merkel é detestada pela população local. 69% dos entrevistados têm uma opinião negativa sobre a chanceler, que é o “bode expiatório preferido dos gregos”, diz o jornal.

Paz social

O jornal La Croix também fala desse retorno da Grécia aos mercados, mas avalia que a simpatia dos mercados não será suficiente para conquistar a paz social. Para o jornal, a explosão de um carro-bomba nesta quinta-feira (10) não deixou vítimas, mas é sintomática da tensão social do país.

O diário católico também avalia a situação política e o quadro não é nada animador. A maioria do governo é bastante apertada na Câmara dos Deputados. Ela possui 151 assentos de um total de 300. E, segundo o jornal, a cada reforma impopular, pelo menos um deputado passa para a oposição.

 

 

 

 

 

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