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Bruxelas reforça controles sobre a França após alta do déficit

Os jornais de hoje (6) destacam em manchete a advertência que a França recebeu da Comissão Europeia por descumprir as metas de déficit público que havia prometido. Em 2013, o PIB francês deveria ter fechado o ano com déficit de 3,5%, mas o indicador atingiu 4,2%. A mesma tendência de descontrole nas contas públicas deve se confirmar em 2014, com déficit de 4%, em vez de 2,7% como o governo prometeu a Bruxelas, e 3,9% em 2015, contra previsão inicial de 2,7%. Em consequência desta deterioração, a Comissão Europeia colocou a França sob vigilância reforçada.

Capa do jornal francês Les Echos desta quinta-feira, 6 de março de 2014
Capa do jornal francês Les Echos desta quinta-feira, 6 de março de 2014
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O diário econômico Les Echos interpreta a medida de Bruxelas como um "tapa na cara" do governo socialista. Além das dificuldades para cortar os gastos públicos, a Comissão Europeia está preocupada com a perda de competitividade das empresas francesas, em parte pelo forte aumento dos impostos, que prejudica os investimentos. O Les Echos assinala que de todos os países da zona do euro, só a França e a Eslovênia, que tem uma economia bem menor se comparada à francesa, estão no mesmo patamar aos olhos da Comissão Europeia. O que é naturalmente constrangedor para o governo francês.

França perdeu credibilidade

O Le Figaro considera que a advertência de Bruxelas deveria soar como um alarme para o governo acelerar as reformas estruturais que o país tanto necessita, principalmente no que diz respeito à redução dos gastos públicos. Em editorial, o jornal diz que a França perdeu a credibilidade junto dos vizinhos porque o governo promete ajustes na economia, mas não cumpre essas promessas.

Depois de aumentar os impostos a um ponto sufocante, o governo socialista deveria cortar na carne as despesas, mas isso requer uma vontade política que o presidente François Hollande e sua equipe parecem não ter. A dívida entrou em uma fase galopante, consome praticamente todas as riquezas produzidas anualmente no país, escreve o Le Figaro, fazendo os mercados financeiros observarem o futuro da França com desconfiança.

O Le Figaro nota que o governo francês passou o dia ontem tentando desdramatizar a situação, mas os analistas não pretendem fazer concessões.

Vale lembrar que no relatório divulgado nesta quarta-feira em Bruxelas, a Comissão Europeia também pediu à Alemanha para tomar medidas para estimular seu mercado interno. A Espanha recebeu cumprimentos pelas reformas estruturais realizadas desde o início da crise, em 2008. Já a Itália foi mais uma vez criticada por seu endividamento elevado.
 

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