Delegação da Síria chega a Genebra para novas negociações com oposição

Dirigida pelo chefe da diplomacia da Síria, Walid Mouallem, a delegação oficial do regime de Bachar al-Assad desembarcou neste domingo (9) em Genebra, na Suíça, para um novo ciclo de discussões com representantes da oposição. A ONU atua como mediadora entre os dois campos e as negociações acontecem em clima de inflexibilidade.  

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, está em Genebra para um segundo encontro com a oposição neste 9 de fevereiro de 2014. Reuters/Denis Balibouse

Depois do fracasso do primeiro encontro, há dez dias, uma segunda tentativa será feita em busca de um começo de solução para o conflito que está dizimando a Síria há três anos, com o trágico saldo de 136 mil mortos.

Mesmo se as chances de um entendimento entre as partes parecem improváveis, para a ONU a disposição bilateral para um encontro representa um avanço. Em 31 de janeiro, no final da primeira rodada de negociações, o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, declarou que "o fim da guerra na Síria ainda não aconteceu por causa da imaturidade da delegação da oposição, que acaba por implodir as discussões".

No fim da tarde deste domingo, Walid Mouallem encontra o mediador internacional para o conflito, Lakhdar Brahimi, que conseguiu reunir em uma mesma sala os representantes das duas partes.

Este segundo encontro vai tentar reaproximar posições praticamente irreconciliáveis. O regime do presidente Bachar al-Assad não está disposto a iniciar nenhum tipo de diálogo se a partida de Assad não fôr excluída, hipótese impensável para os opositores. Além disso, Assad insiste em definir como "terrorismo" a rebelião que já dura três anos, enquanto que a oposição classifica o fato como "uma questão de transição política".

Retirada de civis de Homs

Enquanto as articulações diplomáticas acontecem em Genebra, em Homs, no centro da Síria, 420 civis foram retirados da cidade hoje, conforme acordo entre a ONU e o governo, apesar dos tiros contra o comboio.

Uma equipe da ONU e da ONG Crescente Vermelho retomou as operações, que esperam socorrer 2.500 civis acuados na cidade devastada pelos combates e em condições humanitárias deploráveis.

Um cessar-fogo foi decretado na sexta-feira para a retirada de mulheres, crianças e velhos e para entregar à população alimentos e remédios. Os carros que levavam ajuda foram alvo de tiros no sábado, que causaram a morte de cinco pessoas e feriram 20.