Vitória da extrema-direita em eleição local na França é advertência para socialistas e conservadores
Os jornais desta segunda-feira, 14 de outubro de 2013, analisam a vitória do partido de extrema-direita francês Frente Nacional, que conquistou neste domingo a presidência de uma importante instância administrativa, com 53,9% dos votos, no sul do país.
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O jornal Le Figaro, próximo da direita francesa, afirma em seu editorial que a eleição foi local, mas envia uma mensagem nacional de advertência aos partidos tardicionais. A esquerda, que está no governo, foi eliminada no primeiro turno e a direita perdeu no segundo turno para o candidato da extrema-direita, escreve o jornal.
Para o Le Figaro, os eleitores franceses demonstraram nas urnas sua insatisfação com a política econômica do governo socialista e a crescente rejeição ao discurso político tradicional. O jornal sugere tanto aos políticos de esquerda quanto aos de direita que promovam mudanças em sua forma de se relacionar com os franceses.
O único consolo dessa eleição, diz o Le Figaro, é que a taxa de abstenção foi elevada, menos da metade dos eleitores foi às urnas, o que diminui a vitória da Frente Nacional.
O Libération considera que a vitória da Frente Nacional marginalizou o Partido Socialista, que enfrenta dificuldades para mobilizar seus eleitores. O jornal afirma em seu editorial que o partido de extrema-direita da líder Marine Le Pen se transformou numa obsessão nacional, que divide tanto a direita quanto a esquerda francesa.
O Libération critica o isolamento do presidente François Hollande, que lidera uma política econômica austera, enquanto seus ministros trocam farpas sobre os ciganos. Nesse meio tempo, a extrema-direita aproveitou o vazio político para ganhar terreno.
O Libération destaca que apesar das mudanças de fachada promovidas por Marine Le Pen, a Frente Nacional é um partido racista.
Moratória americana
Em entrevista ao jornal Le Figaro, o presidente do banco central francês, Christian Noyer, prevê que a eventual moratória americana, a partir de quinta-feira, teria o efeito de uma tempestade nos mercados mundiais.
Uma moratória prolongada nos Estados Unidos levaria os americanos a reduzir o consumo interno, e isso teria consequências para o comércio mundial.
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