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Meio Ambiente

Invasão de ilhas do Pacífico pelo mar impressiona comissária europeia

A comissária europeia encarregada das questões climáticas, Connie Hedegaard, alertou hoje para os impactos da elevação do mar nas pequenas ilhas do oceano Pacífico, após ter visto a situação com os próprios olhos. Para ela, uma reação às consequências do aquecimento global é “urgente” para evitar que o problema piore nestas regiões.

Fórum das Ilhas do Pacífico defende ações no combate às consequências do aquecimento global.
Fórum das Ilhas do Pacífico defende ações no combate às consequências do aquecimento global. Flickr/ Christopher.Michel
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“O sentimento de urgência é evidente e visível quando o vemos de perto”, declarou a comissária à agência AFP, durante o 44º Fórum de Ilhas do Pacífico (FIP). O evento reúne 16 Estados independentes e territórios associados e inaugurado esta terça em Majuro, capital das Ilhas Marshall. O local se situa a apenas um metro acima do nível do mar, situação semelhante à encontrada nos arquipélagos vizinhos de Tuvalu e Kiribati.

“O tempo está correndo. O mundo deve agir. Os que estão mais vulneráveis estão cada vez mais impacientes, e por razões justas”, observou Hedegaard. Ela se disse impressionada pelo fato de que, apesar das adversidades, as administrações locais adotam cada vez mais as energias renováveis. “Eles não criaram o problema climático e não são culpados de nada, mas sabem que cada um de nós deve fazer o que poder. Eles nos dão um exemplo moral.”

Os diques que protegem as Ilhas Marshall do mar estão ruindo e, em junho, uma alta recorde da maré provocou a inundação de Majuro. Diversos poços de água que servem para alimentar os habitantes estão contaminados por água marinha.

Na abertura do fórum, na terça, os países insulares do Pacífico denunciaram o desprezo e a falta de ação dos grandes poluidores - responsáveis, a seu ver, pela dramática situação em que se encontram. Segundo o primeiro-ministro das Ilhas Cook, Henry Puna, os pequenos países do Pacífico se sentem abandonados pelo resto do mundo, que, no entanto, tem a maior responsabilidade pelas transformações no clima.

Ele evocou as frustrações que sentem seus habitantes por serem vistos de cima, ignorados e subestimados. "Anos de inércia de parte daqueles que são os mais capazes de agir de forma eficaz para reduzir (os efeitos do aquecimento) nos deixaram profundamente decepcionados e insatisfeitos", declarou o premiê, na abertura do fórum.

Pedido na ONU

Os países-arquipélago do Pacífico sul querem o compromisso dos grandes países poluidores para limitar suas emissões, destacando que o aquecimento representa uma ameaça direta para a sobrevivência de suas ilhas. Esta demanda será apresentada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a Assembleia-geral das Nações Unidas, no fim de setembro, em Nova York, para "remobilizar a comunidade internacional e convencê-la de que certos países estão com sua existência ameaçada".

O presidente das Ilhas Marshall, Christopher Loeak, fez um discurso emocionante pela sobrevivência de seu arquipélago, afetado por uma grave seca e por tempestades. "A todos os habitantes das Marshall e aos povos do Pacífico: minha terra é minha pátria, meu patrimônio e minha identidade", afirmou. "Este é meu país e aqui ficarei para sempre. Que venha a água!", acrescentou.
 

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