Uruguai agenda primeiro casamento homossexual do país para 16 de agosto

O Uruguai registrou o primeiro pedido de casamento homossexual do país nesta segunda-feira, dia 5 de agosto. Rodrigo Borda e Sergio Miranda, juntos há 14 anos, dirão "sim" no dia 16 de agosto na capital Montevidéu. A nova lei sobre as uniões homoafetivas entrou hoje em vigor .

O casal Rodrigo Borda e Sergio Miranda serão os primeiros a celebrar casamento homossexual no Uruguai. Facebook / Rodrigo Borda

O casal uruguaio Rodrigo Borda e Sergio Miranda agendaram seu casamento na manhã desta segunda-feira no cartório de registro civil de Montevidéo, diante de dezenas de fotógrafos e câmeras. "É surpreendente e divertido ver a mobilização da mídia", disse Borda, de 39 anos. Já seu futuro marido celebra o direito de igualdade da nova legislação sobre casamento homoafetivo no país: "Esta lei estabelece que nós temos todos os direitos, não há cidadãos de primeira e segunda categoria: é o que celebramos hoje", declarou Miranda.

Nenhum outro casal se apresentou no primeiro dia de vigor da lei aprovada em abril pelo Senado do país. O texto foi apoiado pela maioria dos parlamentares de esquerda, mas também por vários de direita.

Contestada apenas pela igreja católica e algumas associações de defesa de valores tradicionais da família, a nova legislação estipula que "o casamento é uma união permanente (...) de duas pessoas de sexos distintos ou idênticos". Ela também prevê modificações sobre a filiação, adoção, divórcio, idade mínima para o casamento, e ordem dos sobrenomes dos filhos.

O Uruguai, país de 3 milhões de habitantes, adotou uma posição progressista diante dos direitos homossexuais desde que a esquerda chegou ao poder em 2005. Desde então, eles aprovaram uniões civis, adoções por casais gays, mudanças de sexo a partir dos 18 anos e a aceitação de homossexuais no exército do país.

Na América Latina, apenas dois países legalizaram o casamento gay: o México, em 2009, e a Argentina, em 2010. No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou em maio deste ano uma resolução que obriga todos os cartórios do país a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo - o que ainda não é uma lei que regulamenta o casamento gay.