Jornais contestam Hollande e afirmam que a crise ainda é grave na Europa
Os jornais franceses desta terça-feira, 16 de julho, continuam dando destaque à declaração do presidente francês, François Hollande, feita no domingo, de que a economia francesa está em processo de recuperação. A imprensa não compartilha o mesmo otimismo do líder socialista.
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O Le Monde afirma que a crise na zona do euro continua grave e chega a ser uma ofensa, aos milhares de desempregados do continente, afirmar o contrário. Segundo o Le Monde, milhares de europeus sofrem atualmente com as consequências dos programas de ajuste orçamentário "mal elaborados e mal aplicados" no bloco.
O diário conservador Le Figaro vai na mesma linha de análise do Le Monde e acrescenta que nem empresários nem economistas conseguem enxergar aonde está essa retomada da economia francesa.
E o que fazer, então, enquanto a crise não passa?
O jornal progressista Libération dedica sua manchete à solidariedade anticrise que passou a fazer parte do cotidiano dos franceses. Em duas páginas de reportagem, o jornal mostra que surgiram várias fórmulas novas para driblar a falta de dinheiro. "Os franceses contornam cada vez mais os princípios capitalistas", escreve o Libération, substituindo o consumo desenfreado por atividades coletivas que dão prazer e bem-estar. O diário cita a moda das trocas - de livros, discos, roupas e uma infinidade de outras coisas que é possível encontrar atualmente na França -, as hortas coletivas, os canteiros de obras participativos e as atividades de voluntariado em associações caritativas.
O Libération acredita que em todos os continentes existe um movimento de jovens buscando formas alternativas de crescimento que não passem exclusivamente pelo consumo de bens materiais.
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