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Sudão/Atentado

Rebeldes sudaneses acusam governo por morte de capacetes azuis

Vários grupos rebeldes sudaneses responsabilizaram uma mílicia pró-governo pelo ataque que, no sábado, matou sete capacetes azuis tanzanianos e deixou 17 feridos, em Manawashi, próximo da princial cidade de Darfur. De acordo com Abdullah Mursal, porta-voz da facção Minni Minnawi do Exército de Liberação do Sudão (SLA-Minnawi), "milicianos (pró-governo) foram enviados à região de Khor Abeche", a 25 quilômetros de onde aconteceu o ataque.

Milhares de refugiados fogem das zonas de conflito, depois da retomada das hostilidades no Sudão
Milhares de refugiados fogem das zonas de conflito, depois da retomada das hostilidades no Sudão CRISIS GROUP/Jérôme Tubiana
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Ele afirmou não ter "nenhuma dúvida" de que estes são os responsáveis pelo atentado, que aconteceu próximo de uma base da missão comum da ONU-União Africana em Darfur (Minuad). "A região é inteiramente controlada pelo governo", insistiu Mursal.

Para Gibril Adam Bilal, porta-voz de outro grupo rebelde, o Movimento pela Justiça e Igualdade (JEM), "o governo deve assumir total responsabilidade por esse incidente causado por milícias equipadas por Cartum". De acordo com a Minuad, a emboscada foi feita por "um grande grupo não identificado". Nenhum responsável governamental se pronunciou sobre o caso.

Em 2003, chefes de tribos de Darfur se revoltaram contra Cartum, denunciando uma dominação econômica e política das elites árabes, em um conflito longo e devastador, que deixou 300 mil mortos e 1,8 milhões de desabrigados, de acordo com a ONU. Os combates haviam diminuído, mas voltaram a crescer neste ano, por causa de rivalidades tribais, aponta a Minuad. Mas especialistas das Nações Unidas, militantes dos direitos humanos e chefes tribais afirmam que o governo também tem responsabilidade no conflito.

Ainda no sábado, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, se disse "indignado" com este ataque "odioso" e exigiu que o governo sudanês "aja rapidamente para que os responsáveis sejam levados à justiça". Nkosazana Dlamini-Zuma, presidente da comissão da União Africana, também denunciou o ataque e comentou o risco de voluntários estrangeiros deixarem o país por medo.

Desde o estabelecimento da Minuad, em 2008, cerca de 50 capacetes azuis morreram no Sudão. A ONU repreende frequentemente o fato de nunca ter sido informada sobre processos jurídicos contra os responsáveis, apesar de exigir atitudes do governo a cada vez que ocorre uma morte.

 

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