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Europeus iniciam negociações de acordo de livre comércio com os EUA fragilizados

Os jornais desta segunda-feira, 8 de julho, destacam em manchete o início oficial das negociações do acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia, em Washington. O diário econômico Les Echos afirma que os europeus começam a negociar em posição de fraqueza em relação aos americanos.

Capa dos jornais franceses Les Echos, Liberation e Le Figaro desta segunda-feira, 8 de julho.
Capa dos jornais franceses Les Echos, Liberation e Le Figaro desta segunda-feira, 8 de julho.
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Segundo o Les Echos, o principal motivo é que o documento interno da Comissão Europeia com as principais exigências dos europeus e limites a serem respeitados vazou na imprensa, dando tempo aos americanos para preparar uma contraproposta antes do início das negociações.

O segundo ponto que fragiliza os europeus são as consequências do escândalo de espionagem revelado por Edward Snowden, envolvendo 40 representações diplomáticas europeias, incluindo duas francesas.

Os europeus tinham conseguido impor a Washington negociações paralelas ao acordo comercial sobre a questão da proteção de dados, mas a iniciativa deu para trás e agora cada país do bloco vai negociar o assunto individualmente com os Estados Unidos e em outras datas, o que enfraquece o bloco como um todo.

Hoje, em Washington, estarão presentes 60 negociadores europeus de várias áreas. A pauta dessa primeira reunião está aberta, de acordo com o Les Echos. Eles poderão tratar de barreiras alfandegárias, da exlusão do setor audiovisual defendida pelos europeus - que temem em contrapartida que os americanos queiram excluir o setor financeiro -, além da polêmica questão dos transgênicos.

Ao final dessa primeira rodada, o Congresso americano vai estabelecer as linhas gerais a serem negociadas pelo secretário do Comércio, Michael Froman. Mas esse texto só estará pronto no final do ano. Serão necessários no mínimo dois anos para a conclusão do acordo.

O diário conservador Le Figaro define as conversas entre as duas maiores zonas comerciais do mundo como "a negociação do século" e publica alguns dados interessantes.

Cerca de 40% do comércio mundial se realiza entre a Europa e os Estados Unidos. Diariamente, os dois blocos fazem transações comerciais de um montante de 2 bilhões de euros; por ano são mais de 450 bilhões de euros, um volume muito superior ao que cada lado realiza com a China ou com outros países emergentes.

Pelo menos 7 milhões de pessoas trabalham para empresas europeias nos Estados Unidos e americanas na Europa, segundo o Le Figaro.

O Le Figaro estima que a questão do escândalo de espionagem vai se resolver nos bastidores. Em outra reportagem sobre Snowden, o diário conservador acha difícil que o ex-agente da NSA consiga se exilar na Venezuela, Bolívia ou Nicarágua, os três países que declararam estar abertos a recebê-lo.

O Le Figaro destaca que não existe nenhum voo direto de Moscou para Caracas, La Paz e Manágua; uma escala em Cuba seria obrigatória e até agora Cuba não se pronunciou sobre o caso.

Eike Batista é destaque no Libération

O Libération traz reportagem de página inteira sobre a "degringolada de Eike Batista", chamado ironicamente pelo jornal de 'Mister X'. Ele encarnou a ascensão econômica do Brasil, mas de um ano para cá vive um verdadeiro inferno. O império de Eike está à deriva, escreve o Libération.

Um analista de mercado ouvido pelo Libé explica que o erro de Eike foi prometer uma rentabilidade muito elevada aos acionistas num prazo curto de tempo e depois voltar atrás. O economista Adriano Pires explica a derrocada de Eike pelo excesso de vaidade e uma gestão muito centralizadora.
 

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