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Egito/crise

Exército egípcio ameaça suspender Constituição e dissolver Parlamento

As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta terça-feira, dia 2 de julho, que podem suspender a Constituição e dissolver o Parlamento do país. O presidente egípcio Mohamed Mursi rejeitou ontem à noite o ultimato de 48 horas lançado pelos militares para que ele ouça o povo que se manifesta em massa há vários dias e resolva a crise política que instaurou o caos no país.

Manifestantes ocupam em massa a praça Tahir e seus arredores, no Cairo, nesta terça-feira, dia 2 de julho, para exigir a renúncia do presidente Mohammed Morsi.
Manifestantes ocupam em massa a praça Tahir e seus arredores, no Cairo, nesta terça-feira, dia 2 de julho, para exigir a renúncia do presidente Mohammed Morsi. REUTERS/Suhaib Salem
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Abandonado por cinco ministros e seu próprio porta-voz, Mursi declara que dará seqüência aos planos de seu governo para resolver a crise no Egito. Enquanto isso, o Conselho Supremo das Forças Armadas se organiza para passar a direção do país a um “conselho intermediário”, até que uma nova Constituição seja redigida e novas eleições presidenciais sejam anunciadas.

O Fronte do 30 de Junho, grupo que reúne a maioria dos partidos e movimentos contra o governo islâmico do Egito, anunciou nesta tarde que Mohammed El Baradei, ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), é o líder da oposição. Eles argumentam que ele tem a responsabilidade de colocar em prática as reivindicações do povo e preparar o cenário para uma transição política.

Pelas ruas do país, a oposição continua mobilizada em massa e exige que Mursi renuncie. Grande parte das empresas e comércios fecharam suas portas na capital Cairo. Da Praça Tahir, jornalistas relatam que o clima é tenso e que os manifestantes afirmam que o regime atual não é mais legítimo. Forças policiais suplementares foram enviadas para evitar a escalada de violências.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon exprimiu hoje sua preocupação com os estupros de mulheres egípcias que participam dos protestos. “Espero que, encontrando uma resposta pacífica à crise atual, eles [os egípcios] possam dar atenção às manifestantes já que nós soubemos de numerosos casos de agressões sexuais durante as manifestações”, disse, completando que a maioria das vítimas são mulheres “que foram feridas ou assassinadas”.

O presidente americano Barack Obama também disse estar preocupado com as violências durante os protestos. “Não podemos falar de manifestações pacíficas quando há agressões contra mulheres”, afirmou.

No total, cinco ministros do regime de Mursi, além dos porta-vozes do governo e da presidência, já deixaram seus cargos. O chefe das Forças Armadas do país ameaça começar a colocar em prática seus próprios planos caso um acordo não seja fechado com regime islâmico até amanhã à tarde.

 

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