Imprensa critica acusações de socialistas contra Angela Merkel

Os jornais desta segunda-feira, 29 de abril de 2013, destacam em manchete o mal-estar criado com as acusações de socialistas franceses ao governo de Angela Merkel, na Alemanha. Um texto publicado neste fim de semana pelo Partido Socialista, do presidente François Hollande, chama o governo conservador de Merkel de "egoísta" e "intransigente" na defesa das políticas de austeridade na Europa. Para piorar, o presidente da Assembleia Nacional, o socialista Claude Bartolone, disse que a França deveria buscar "o confronto" com a Alemanha de Merkel.

Claude Bartolone, porta-voz da Assembléia Nacional francesa, que defendeu um "confronto" contra a Alemanha de Merkel. REUTERS/Charles Platiau

Todos os jornais assinalam que a polêmica socialista é pessima para a imagem de Hollande. O jornal progressista Libération afirma que não adianta nada transformar Angela Merkel num bode espiatório. O diário considera possível e salutar discutir as políticas de rigor sem isolar a Alemanha, o maior parceiro político e comercial da França na Europa.

Bode espiatório é a mesma expressão usada pelo conservador Le Figaro, que lembra que a Alemanha não pode ser hostilizada pelos problemas econômicos internos da França. O Le Figaro diz que o Hollande mete os pés pelas mãos se pensa que vai conseguir, "com essa estratégia maquiavélica", angariar simpatia. "Se a chanceler alemã é tão popular junto do seu eleitorado, é justamente porque ela se mostrou capaz de dirigir a Europa defendendo os interesses de seu país", escreve o Le Figaro.

O jornal comunista L'Humanité diz que o bate-boca entre os socialistas revela a gravidade da crise na França e a necessidade urgente do governo adotar uma linha de ação política clara: ou François Hollande é um presidente de esquerda ou ele se curva e assume a austeridade.

O diário econômico Les Echos conta que o primeiro-ministro Jean Marc Ayrault enviou um tuíte em alemão para Merkel, reafirmando a amizade inabálavel entre os dois países.