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Brics/África do Sul

5ª Cúpula do Brics quer dar impulso à industrialização da África

Os líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reúnem nos dias 26 e 27 de março em Durban, África do Sul, para a quinta reunião de cúpula do grupo. O encontro, centrado no tema "Brics e África: parceiros para desenvolvimento, integração e industrialização", deve ampliar os investimentos e a cooperação entre os cinco emergentes e o continente africano.

Flickr/Brics 5
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A próxima cúpula do Brics é o evento mais importante da agenda de política externa do governo sul-africano. Se por um lado a África do Sul é a menor economia do grupo de emergentes, por outro lado o país é uma potência regional e ponte entre o Brics e as outras nações do continente. Serão duas reuniões de cúpula em uma, porque a União Africana, grupo que reúne 53 países-membros, foi convidada para o fórum. Dezesseis líderes africanos devem estar presentes em Durban.

O Brics costuma ser criticado e ter sua importância diminuída pelas disparidades de seus integrantes, pela assimetria econômica, as divergências persistentes em áreas nevrálgicas como direitos humanos, segurança internacional e reforma dos organismos multilaterais (vide a empacada reforma do Conselho de Segurança da ONU), mas na opinião de muitos analistas o encontro de Durban vai encerrar o primeiro ciclo de aproximação das potências emergentes com resultados tangíveis.

Entre 2010 e 2015, o comércio entre os países do Brics e a África vai triplicar, passando de US$ 150 bilhões para US$ 530 bilhões, o que não é nada mau num contexto de morosidade global e crise econômica nos países do norte. O Brics busca transformar a força econômica crescente do grupo em influência diplomática nos fóruns de decisão mundiais e com o tempo vai conseguir, pensam os analistas.

Ascensão da África

Depois da Ásia, a África é a região do mundo que mais cresce e oferece os maiores índices de retorno sobre investimento. O continente possui 60% das terras agrícolas aráveis do planeta e riquezas minerais estimadas em US$ 2,5 trilhões. Porém, os fluxos comerciais com a região enfrentam dois obstáculos: a falta de infraestrutura e a relativa escassez de diversificação da base industrial africana. Investimentos em projetos nessas áreas serão os grandes enfoques do banco de desenvolvimento do Brics, organismo que deve ser formalizado na reunião de Durban.

A África subsaariana necessita de investimentos em infraestrutura estimados entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões por ano, o que representa oportunidades de investimentos espetaculares para fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água e saneamento, transporte, telecomunicações e irrigação. Nos últimos anos, China e Brasil têm liderado os projetos no continente, mas a tendência é de maior implicação dos outros três emergentes.

Paralelamente à cúpula do Brics em Durban, os presidentes da China e da Rússia fazem visitas de Estado à África do Sul. A partir de domingo, o novo presidente chinês, Xi Jinping, realiza seu primeiro giro internacional. Serão oito dias de viagem entre África do Sul, Tanzânia e Congo-Brazzaville, o que demonstra o evidente interesse de Pequim em estreitar as parcerias com a região. Em 2009, a China tornou-se o primeiro parceiro comercial da África, com um volume de comércio de US$ 200 bilhões. Quanto ao Brasil, no final de fevereiro, a presidente Dilma Rousseff esteve na Guiné Equatorial e na Nigéria, também com a intenção de reforçar as relações com o continente africano.

"Queremos alinhar os interesses dos países do Brics à agenda de integração da África, e não apenas concentrar a atenção no acesso aos nossos recursos", afirmou recentemente Collins Chabane, ministro da Presidência para Monitoramento e Atuação, Avaliação e Administração da África do Sul.

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