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Brasil/ Cuba

Yoani Sanchez diz que manifestação é "experiência democrática"

A blogueira cubana Yoani Sanchez disse à RFI nesta segunda-feira que sentiu "muita solidariedade" em sua chegada ao Brasil e que as manifestações contra ela são um exemplo de “experiência democrática”. Ela desembarcou na manhã de hoje em Recife, de onde foi para Salvador. Yoani falou sobre suas primeiras impressões do país.

A dissidente cubana Yoani Sanchez posa com uma bandeira do Brasil em sua chegada no aeroporto internacional de Guararapes, em Recife, nesta segunda-feira (18).
A dissidente cubana Yoani Sanchez posa com uma bandeira do Brasil em sua chegada no aeroporto internacional de Guararapes, em Recife, nesta segunda-feira (18). REUTERS
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Ouça entrevista com Yoani Sanchez

“Estou há apenas algumas horas no Brasil, e há praticamente dois dias sem dormir, porque no último dia não pude dormir em Havana, e estou entre euforia e surpresa. Euforia porque são muitas experiências novas. Vou conhecer pessoas com as quais só tive contato através de email ou Internet e agora posso encontrá-las, abraçá-las”, disse a blogueira por telefone durante o trajeto entre Salvador e Feira de Santana. Na cidade, ela vai assistir ao documentário “Conexão Cuba – Honduras”, de Dado Galvão, no qual ela é uma das entrevistadas.

Yoani disse que ficou feliz com a recepção que teve no Brasil. “Recebi muita solidariedade desde que cheguei. De muitas pessoas, desde o pessoal do aeroporto e a companhia aérea pela qual voei, até os passageiros que compartilharam o voo comigo.”

A blogueira também comentou as manifestações contra ela nos aeroportos de Recife e de Salvador. “Ao chegar, já tive uma experiência de vivência democrática e plural porque tinha um grupo de pessoas me dando as boas-vindas e outro grupo me insultando. Isso me encheu de alegria porque pensei que algum dia Cuba também será assim”, disse.

Ela foi recebida em Salvador por grupos de aproximadamente 30 manifestantes da União Juventude Socialista, que a acusam de receber dinheiro de outros países para atacar seu próprio país. No aeroporto de Recife, vinte militantes pró-cuba, aos gritos de “Fora Yoani” a acusaram de “trair o movimento e de ser uma agente da CIA, ao serviço dos Estados Unidos.

Dissidente

Yoani é uma das principais vozes da dissidência contra o regime de Fidel Castro. Ela mantém o blog Generación Y e recebeu vários prêmios internacionais, entre eles o prêmio Ortega y Gasset do jornal espanhol El País e foi considerada pela revista Times em 2008 como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo.

Após ter sido impedida de sair do país quase vinte vezes pelas autoridades cubanas, Yoani começou no Brasil uma viagem de três meses que deve incluir Peru, México, Itália, Espanha, Holanda e Estados Unidos.

Brasília chegou a conceder um visto em 2012 para que a blogueira pudesse assistir ao lançamento do filme de Galvão, mas o governo cubano não concedeu a “permissão de saída”, obrigatória para deixar o país. Uma nova lei de imigração, que entrou em vigor em 14 de janeiro, suprimiu a necessidade do documento. Ela recebeu um novo passaporte no dia 31 de janeiro.

“O Brasil foi o país que fez mais esforços para me tirar de meu exílio insular” declarou Yoani Sanchez para explicar porque ele escolheu o país como primeira etapa de sua viagem.

No dia 20 ela volta para Salvador onde deve visitar o Pelourinho e participar de debates sobre a vida em Cuba em uma universidade. Na quinta-feira ela vai a São Paulo onde apresentará seu livro “De Cuba, com carinho”.
 

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