Situação econômica da França é constrangedora para a Europa

Os jornais franceses desta quinta-feira, 14 de fevereiro, chegaram às bancas com manchetes relacionadas à economia e às consequências da crise para a população, como o suicídio por imolação de um desempregado que teve a renovação de seu seguro-desemprego rejeitada pelos órgãos públicos.

O presidente François Hollande no Parlamento Europeu, em 5 de fevereiro de 2013. Reuters

Sobre o desempregado de 42 anos que se imolou ontem, na cidade de Nantes, o jornal Aujourd'Hui en France afirma que o homem "não aguentava mais viver na precariedade". A gota d'água para seu gesto teria sido o fato de o órgão público responsável pelo pagamento do seguro-desemprego ter requisitado o reembolso de uma parcela paga indevidamente, que o desempregado teria recebido do Estado no mesmo período em que fez um bico remunerado.

O diário conservador Le Figaro diz em manchete que o déficit público da França constrange a Europa. Segundo as previsões, o desempenho da França em termos de déficit público só não será pior do que da Espanha e da Grécia.

Em editorial, o Le Figaro retoma a expressão pejorativa "Bem-vinda ao Club Med", usada por analistas para falar dos países do sul da Europa que estariam mais preocupados em aproveitar do bom tempo do que trabalhar. O jornal diz que a França está numa espiral de gastos públicos excessivos há décadas e a situação atual é de total responsabilidade de seus governantes, que começaram a sangria financeira muito antes da crise de 2008.

O diário econômico Les Echos destaca em primeira página que o partido de oposição UMP vai propor uma moção de censura ao governo socialista de François Hollande, por ele ter fracassado em sua promessa de reduzir o défict a 3% do PIB em 2013.

Aujourd'hui en France mostra que o ex-presidente Nicolas Sarkozy começa a reaparecer em público, os primeiros sinais de que vai se candidatar à sucessão de Hollande em 2017.